Daniel Gatti

Daniel Gatti (Uruguay) - dgatti@real-uita.org

Sobreviver no coração da soja argentina

“Esta é a cidade central para o plantio da soja. Falar disso aqui implica ser tratada como maluca”, disse Sabrina Ortiz, fundadora da organização para prevenção ambiental Madres de Barrios Fumigados de Pergamino, um município onde a resistência a um modelo agrícola que causa doenças e até a morte em seus habitantes vai ganhando terreno.

Promessa cumprida

Uma coisa há que reconhecer: o governo de Jair Bolsonaro cumpre com suas promessas. Uma delas, a de favorecer o agronegócio e os grandes empresários do setor, já está sendo cumprida como manda o figurino. Desde que assumiu o poder, há uns quatro meses, já liberou um agrotóxico por dia.

Um freio nas fumigações selvagens

O governador da província argentina de Entre Ríos, Gustavo Bordet, havia autorizado as fumigações a menos de cem metros das escolas. A justiça declarou inconstitucional essa disposição e ordenou que o governador estudasse uma “mudança na cultura produtiva”

A globalização da violência

O território de Salitre de Buenos Aires, na província de Puntarenas, no oeste de Costa Rica, vem sendo palco de uma crescente onda de violência protagonizada por fazendeiros, cujas vítimas são as comunidades indígenas, defensoras de suas terras perante a passividade do poder político. Sérgio Rojas, líder da comunidade Bribri, é o mais recente de uma longa lista de indígenas assassinados.

Quem mandou matar Marielle?

Um dos presos, Élcio Vieira de Queiroz, dirigia o carro da emboscada que permitiu que o outro, Ronnie Lessa, matasse a tiros a vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes, no dia 14 de março do ano passado. Ainda não se sabe quem é o mandante do crime.

A permanente impunidade

Após esperarem em vão por mais de dois anos para que o Uruguai investigasse a fundo as ameaças de morte feitas por um comando paramilitar de extrema-direita, a maior parte dos ameaçados denunciou o Estado uruguaio para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).

“O movimento sindical tem que ser reformulado”

As direitas mais autoritárias estão chegando ao poder em quase todo o mundo, sem sequer precisarem recorrer a golpes de estado ou a intervenções militares, como se fazia em décadas atrás. Agora, chegam pelo voto popular. Um novo contexto, exigindo dos movimentos sindicais e das esquerdas a habilidade de pensar formas diferentes de agir e de gerar estratégias.