Amalia Antúnez

Amalia Antúnez (Uruguay) - amalia@rel-uita.org

Uma indústria à deriva

A situação dos trabalhadores e das trabalhadoras do setor frigorífico e sua relação com a pandemia de Covid-19 é um problema mundial, mas no Brasil essa indústria tornou-se um verdadeiro caldo de cultura para o coronavírus. Já são milhares de contagiados nas comunidades onde os frigoríficos operam.

Quando a produção é mais importante do que os trabalhadores

“Em março, quando começamos a dialogar com empresas do setor, a JBS, uma das maiores exportadoras de proteína animal do mundo, já se recusava a conversar com os sindicatos e com o próprio Ministério Público do Trabalho”, disse à Rel Geni Dalla Rosa, secretária de educação da Contac e integrante do Comitê Executivo Latino-Americano da UITA.

De norte a sul

Em abril deste ano, em meio ao surto da pandemia nos EUA, a CNN apresentava um relatório alertando que as comunidades hispânicas e afrodescendentes poderiam ser - nesse país - as mais vulneráveis ao novo coronavírus.

Os frigoríficos ainda são importante foco de contágio da Covid-19

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Alimentação de Cianorte (SITRACIA), Cirso da Silva, que representa os trabalhadores e as trabalhadoras da indústria frigorífica nesse município do Paraná, informou à Rel sobre a grave situação de saúde no frigorífico avícola Avenorte, que em poucos dias passou a ser um importante foco de contágio da Covid-19.

Ampliar a frente de batalha

Na terça-feira 9 de junho, e após uma intensa campanha de denúncia e pressão social, da qual a Rel UITA fazia parte, uma emenda à MP 927 que restringiria as pausas térmicas na indústria frigorífica foi freada. Falamos com a deputada Luciane Carminatti, do PT, uma das legisladoras que assinou uma moção contra essa modificação.