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España | SINDICATOS | SAÚDE

Com Vicente López e Pedro Linares

Trabalhar, adoecer e calar

Temos com o Instituto Sindical do Trabalho, Ambiente e Saúde (ISTAS) das Comissões Obreiras uma relação de muitos anos. Conhecemos o instituto dois anos após a sua fundação, em 1998, quando, junto com Jorge Riechmann, percorremos várias cidades espanholas para denunciar o avanço dos transgênicos na América Latina. Com o ISTAS, empoderamo-nos da pandemia das lesões por esforços repetitivos. O Instituto, aliás, nos acompanhou na primeira Oficina sobre Turismo e Hotelaria “Um olhar sob a perspectiva da Saúde e do Trabalho Decente”, realizada em 2009, em coordenação com a UTHGRA. Em nossa última visita a Madrid, entrevistamos os seus diretores Vicente López e Pedro Linares, abordando o novo paradigma das condições de trabalho e de saúde depois da reforma trabalhista na Espanha.
Gerardo Iglesias04 | 05 | 2018, 08:5604 | 05 | 2018

-A agressão ao marco legal também se traduz em maiores riscos para a segurança e saúde no trabalho?
PL– Também, inclusive produzindo uma destruição dos mecanismos de controle e de participação dos trabalhadores, dando aos empresários melhores condições para atuarem de maneira unilateral.

Diminuíram também as possibilidades de se chegar a convênios favoráveis aos interesses dos trabalhadores e das trabalhadoras, e hoje prevalecem os convênios por empresa sobre os convênios por setores da atividade. Esses fatores foram minando a negociação coletiva.

Soma-se a isso o fato de a reforma trabalhista ter facilitado a desestruturação do mercado de trabalho, promovendo a individualização das relaciones trabalhistas e as terceirizações.

VL- Hoje, um em cada dois trabalhadores espanhóis vive em situação precária.

O medo de perderem o emprego e estarem convencidos de que se perderem o trabalho, o próximo será ainda pior, instala a precariedade na cabeça dos trabalhadores e das trabalhadoras.

PL- Aproximadamente 35 por cento dos contratos trabalhistas feitos na Espanha têm uma vigência menor a um mês.
Isso faz com que os trabalhadores nem sequer consigam aprender direito a sua função, aumentando mais ainda os riscos sanitários.
Quem sai ganhando com isso é o empresário, que melhora sua margem de lucros.

-Então, a tendência é que os acidentes de trabalho aumentem…
VL- Obviamente. Já há um crescimento claríssimo no número de acidentes de trabalho.

Em um país onde são tão numerosos os contratos por um dia, por dois dias, o mesmo por algumas horas, capacitar o funcionário passa a ser uma atividade praticamente inexistente.

O aumento nos danos à saúde da classe trabalhadora devido ao deterioro das condições trabalhistas, à precariedade e ao desgaste das políticas públicas ativas em matéria de prevenção são um problema primordial de saúde pública na Espanha.

-E as pessoas sofrem em silêncio, como sentencia Christophe Dejours*…
PL-Exatamente. Estamos em um período de pouca mobilização social, poucos protestos, mas de qualquer forma há reações.

Em 8 de março, houve uma manifestação em grande massa, e não acreditamos que tenha sido apenas pelas questões de gênero. A greve das mulheres nesse dia também revelou um mal-estar social muito mais generalizado.

A distribuição desigual do capital e dos esforços está provocando reações de indignação.

Por um lado, temos o governo e os empresários afirmando que já saímos da crise e que a economia está novamente crescendo. Mas, por outro lado, vemos os salários caírem, as condições trabalhistas piorarem, e um predomínio dos contratos-lixos.

Isto produz uma indignação que até o momento, é verdade, não mobilizou substancialmente as grandes massas.

VL-Uma das cosas mais dramáticas deste período é ver como a ruptura do sujeito coletivo conseguiu minar a solidariedade entre os companheiros.

Atualmente, cada um se vira como pode.

PL- As pessoas terminam aceitando essas más condições de trabalho, sem direito ao descanso, e ainda passam a vida trabalhando em condições ruins.

Terminam reclamando em silêncio, e esse silêncio adoece.


*Christophe Dejours é um médico francês, especialista em medicina do trabalho, psiquiatria e psicossomática.
Foto: Ramón Baeza

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