A decisão foi tomada depois de o juiz ter acesso ao parecer de Medicina Forense do Departamento de Avaliação Mental e Social, que afirma que Rommel apresenta “danos psiquiátricos condicionados pelo aparecimento de transtorno misto de ansiedade e depressão”.
A hospitalização durará até “o restabelecimento da saúde mental e o desaparecimento de pensamento suicidas”, diz a ata de transferência.
Após receber alta do hospital, o juiz voltará a analisar o caso de Rommel e determinará as novas medidas cautelares.
“O mais importante era que Rommel saísse da prisão e pudesse ser atendido para ir recuperando sua saúde.
Uma vez que melhore, nosso principal objetivo é que o juiz volte a revisar as medidas cautelares e lhe permita prisão domiciliar, para que possa se defender em liberdade”, explicou para A Rel, Mari Cruz Portillo, mãe de Rommel.
“Estou feliz porque já não continuará na Tolva (prisão de máxima segurança), mas também triste porque deverá ser internado.
Queremos deixar claro que o transtorno de meu filho foi desencadeado por essa injusta prisão”, disse Juan Carlos Herrera, pai de Rommel, para um meio de comunicação nacional.
Rommel Herrera Portillo, de 23 anos, foi vítima de um “falso positivo” ao queimarem os pneus na entrada da embaixada dos Estados Unidos, no dia 31 de maio passado, durante os protestos da Plataforma pela Defesa da Saúde e da Educação.
Rommel foi acusado por “danos” e “incêndio agravado”. O juiz emitiu uma acusação formal exigindo a prisão preventiva e a inexplicável transferência para uma prisão de segurança máxima.
Os familiares de Rommel, o Cofadeh*, encarregado da defesa do jovem, e o Comitê Pró—Libertação de Presos Políticos denunciaram a sua prisão como uma estratégia das autoridades para intimidar e amedrontar os jovens que protestam.
A Rel UITA, junto com o Cofadeh e o Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH) do Brasil, promove uma campanha internacional para a libertação de Rommel Herrera e de todos os presos políticos de Honduras.
“Vivemos uma situação difícil em Honduras, onde os direitos e as liberdades são cerceados. Por isso, considero que a transferência de Rommel é uma esperança de liberdade.
Com o apoio de todas as pessoas e organizações que vêm nos apoiando, vamos conseguir justiça. Insistir, persistir e nunca desistir é o nosso lema”, concluiu Mari Cruz Portillo.
Fotos: Cofadeh
Em Managua, Giorgio Trucchi | Rel-UITA
* Comitê de Familiares de Detidos Desaparecidos em Honduras.