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As políticas de ajuste do FMI e de Lenín

Repressão e autoritarismo

Na quinta-feira, 3 de outubro, o povo equatoriano saiu às ruas para protestar pacificamente contra as medidas econômicas e fiscais do governo de Lenín Moreno. Milhares de manifestantes foram brutalmente reprimidos, houve mais de 200 detidos e dezenas de feridos, certificando a boa saúde do aparelho repressor e sua intencionalidade política.

Para conhecer um pouco mais sobre o que está acontecendo no Equador, conversamos com dirigentes de nossa organização filiada à Federação Sindical Independente dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Equador (Fesitrae) e com integrantes da Integração de Federações Equatorianas Sindicais (IFES).

“A situação é crítica, o governo nacional eliminou em 2 de outubro por decreto os subsídios aos combustíveis e anunciou outra série de medidas que afetam principalmente a grande massa trabalhadora”, afirmaram.

Além das medidas de recorte de subsídios aos combustíveis, que afetarão os preços de todos os tipos de bens, serviços e transporte, o governo também quer reduzir os salários dos funcionários públicos, assim como suas férias anuais.

“É inconstitucional”, disseram os sindicalistas. “Todas estas medidas que asfixiam os trabalhadores e as trabalhadoras levaram o povo a estar nas ruas”.

Os protestos de quinta 3 e de segunda 7 foram reprimidos violentamente.

Os protestos estão sendo criminalizados. É claro que a grande mídia está alinhada ao governo e não mostram essa parte”, denunciaram.

Ameaças e pressões

Os sindicatos do transporte, os primeiros a se mobilizar e a convocar manifestações por causa do aumento dos combustíveis, estão sob a ameaça do governo porque receberam empréstimos para adquirirem ou trocarem seus veículos.

“Como eles têm dívidas com os bancos, foram pressionados pelo governo para colocarem fim à greve, caso contrário seriam retidos os veículos que ainda devem. Ou seja, há cada vez mais e mais autoritarismo por parte do governo”.

Os movimentos sociais, as organizações sindicais e estudantis permanecem mobilizados. Unem-se a eles os grupos de indígenas que se dirigiram para as principais cidades, como Quito e Guayaquil.

“O ministro da Defesa já colocou nas ruas os tanques de guerra para reprimir os cidadãos, ameaçando com que os militares estão preparados e dispostos a atuar contra o povo, se for necessário”, informaram.

Foto: Perú 21


Em Medellín, Gerardo Iglesias