É necessária a aplicação de medidas urgentes para combater a atual escalada de violência, e não conhecemos forma mais efetiva do que encarcerar e punir os assassinos.
Juan Orlando Hernández
Casa Presidencial
Tegucigalpa
Ref.: Diante da escalada de violência contra a
população LGBTI
Senhor Presidente,
Dirijo-me ao senhor para expressar nossa profunda preocupação diante, mais dos recentes atos de violência contra integrantes da população LGBTI em Honduras, principalmente diante do assassinato de três mulheres trans nos últimos dias.
Na quarta-feira, 3 de julho, em Yoro, Antonia Láinez foi assassinada a tiros. Três dias depois, em Puerto Cortés, a comunicadora e ativista LGBTI Santi Carvajal também foi assassinada a tiros e, no domingo 7, em Comayagüela, desconhecidos fuzilaram a ativista trans Bessy Ferrera, ferindo gravemente outra pessoa, que se encontrava com ela.
Diversas organizações defensoras dos direitos humanos que realizaram relatórios sobre a situação da população LGBTI em Honduras coincidem com o fato de as e os integrantes dessa comunidade estarem enfrentando uma violência extrema, alimentada por uma impunidade extrema.
De acordo com o Observatório de Mortes Violentas de LGBTI da Rede Cattrachas, foram assassinadas 330 pessoas LGBTI depois do golpe de Estado em 2009. Destes homicídios, 96 por cento estão impunes. A situação se agrava ainda mais, se considerarmos a enorme crueldade presente nesses crimes.
Senhor presidente: seu governo precisa aplicar medidas urgentes para combater a atual escalada de violência, e não conhecemos forma mais efetiva do que encarcerar e punir os assassinos.
Até porque este tipo de ódio se combate planejando e implementando políticas públicas, visando a garantir os direitos fundamentais e a promover tolerância, igualdade e a inclusão das pessoas LGBTI, não só por serem cidadãs e cidadãos hondurenhos, mas principalmente, por serem seres humanos.
Além disso, são necessários esforços significativos por parte das instituições, para sensibilizarem a população, lutando contra estigmas e discriminações, ainda presentes na sociedade hondurenha.
Gisele Adão
Comitê Executivo Latino-Americano UITA
Comissão UITA LGBTI
Forquilhinha, 19 de julho 2019
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