Desde então, as entidades exigem sindicância para apurar o caso. Ao mesmo tempo, denunciam a situação violenta, a qual é injustificável por parte da empresa e demonstra, tão somente, um abuso de poder desmedido e autoritário.
O funcionário em questão é um trabalhador negro de origem haitiana que, ao se recusar pacificamente a sair do pátio da empresa após receber uma advertência, alegando precisar do trabalho para sua sobrevivência, teve como resposta a chegada de três seguranças privados que o imobilizaram com força, mesmo sem o homem reagir e mesmo quando o homem gritava que não conseguia respirar.
A situação desde então tem tomado enormes proporções devido a vídeos que circulam na internet. Enquanto pedia socorro, recebia como resposta que o trabalhador precisava ser disciplinado.
Além das lesões causadas pelo exagero da força, houveram as humilhações e constrangimento em frente a um grande número de colegas de trabalho, que também diziam para os seguranças pararem com a violência que estava sendo cometida.
Frente a esse absurdo, condenamos a ação da empresa, por meio de seus seguranças. E informamos que providências cabíveis já estão sendo tomadas pelas entidades sindicais, mas, além disso, a BRF deve responder sobre o acontecido de forma legal e moral, pois a empresa não se manifestou até o momento e, tampouco, chegou qualquer informação de que a empresa tenha tomado medidas de ajuda ao trabalhador e nem de punição aos seguranças.
Diante do exposto, a Contac, a CNTA e o Sitracarnes reiteram seu compromisso com a defesa da integridade física e moral dos trabalhadores, do seu combate a todos os tipos de violência, preconceitos e discriminações que destroem a nossa sociedade e que tanto se reproduzem em ambientes de trabalho, principalmente por pessoas em cargos de comando.