Rommel foi detido no dia 31 de maio do ano passado, durante uma mobilização de médicos e professores. Foi vítima de um falso positivo de uma queima de pneus na entrada da embaixada norte-americana em Tegucigalpa.
Acusado de dois delitos de incêndio doloso e por danos, passou injustificadamente quase cinco meses numa prisão de segurança máxima, até que, em outubro de 2019, foi transferido para o hospital psiquiátrico “Mario Mendoza”.
A decisão foi tomada pelo juiz após o parecer da Medicina Legal, onde ficou evidenciado o “dano psiquiátrico condicionado pelo aparecimento de transtorno misto de ansiedade e depressão”.
A equipe de defesa solicitou, em diversas ocasiões, a revisão das medidas cautelares, para que o jovem professor possa se defender em liberdade, amparado por um ambiente familiar que lhe ajude psicologicamente.
Até o momento, todos os pedidos foram rejeitados.
Durante este novo processo de revisão de medidas, a equipe defensora solicitou a permissão para Rommel continuar o seu tratamento de maneira ambulatorial, sob a responsabilidade do Comitê de Familiares de Detidos e Desaparecidos em Honduras (Cofadeh).
“O tribunal pede para atualizarmos a informação sobre o estado mental de nosso representado, e que o perito dê sua opinião sobre um possível tratamento ambulatorial”, explicou Karol Cárdenas, advogada do Cofadeh.
“Consideramos que transcorreu um tempo bastante prudente no qual Rommel já cumpriu a medida cautelar de internamento, precisando agora reencontrar-se com a sua vida lá fora.
Estamos dando garantias ao tribunal de que ele continuará com o seu tratamento e atendimento psicológico, mas fora do hospital psiquiátrico”, informou Cárdenas.
Infelizmente, e faltando ao princípio de objetividade, tanto o Ministério Público como a advogada de acusação, que representa a embaixada norte-americana, voltaram a solicitar a prisão do jovem professor.
Desde a sua prisão, há quase 18 meses, ficou claro que o governo de Honduras está usando a prisão de Rommel Herrera e demais presos políticos, como os oito defensores da água de Guapinal, para gerar medo em todas as pessoas que lutam nas ruas reivindicando seus direitos.
“Vamos esperar o resultado da avaliação do perito para depois então entrar com o pedido de revisão das medidas”, concluiu a advogada do Cofadeh.