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Outra extralimitação da Nestlé

A transnacional sai à caça

Durante vários dias, os trabalhadores da fábrica da Nestlé em Villa Nueva, província de Córdoba, foram submetidos a diversos tipos de assédios visando demiti-los. Sobre essa situação, a Rel conversou com Fernando Páez, secretário-geral da filial do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Alimentação (STIA). Aqui está o resumo de suas declarações.
Foto: Nelson Godoy

Algum tempo atrás, tivemos uma mudança de gerente. Saiu Pablo Bonomini e entrou Roberto Basso, um homem de 62 anos que em três pode se aposentar. Vem dos velhos tempos da Nestlé, a dos patrões das fazendas, que eram fortes perseguidores dos trabalhadores.

Quando nos informaram da chegada dessa pessoa, já ficamos alertas, e conversando com o pessoal. Se por um lado, Bonomini dava muita ênfase aos supervisores para lidar com as coisas, por outro lado, Basso quer cuidar de tudo sozinho. Além disso, pressiona intensamente os supervisores para perseguirem os trabalhadores e as trabalhadoras.

Basso tinha trabalhado aqui como chefe técnico alguns anos atrás. Já o conhecíamos, e agora que o temos como gerente a situação é muito mais complicada. Onde ele está, há problemas.

Na semana passada houve um caso muito particular: o chefe de recursos humanos foi à fábrica às duas da manhã. Era óbvio que ele estava à caça de pessoas, para ver se encontrava alguma anormalidade.

Logo em seguida ele quis demitir cinco companheiros. Conseguimos salvar quatro, porque o quinto teve uma foto tirada pelo chefe dele dormindo. Esse foi o motivo para demiti-lo.

Acreditamos que esta campanha se deva ao fato de a Nestlé ter oferecido aposentadoria voluntária a muitos companheiros, recusada por todos.

Daí a verdade é que a empresa saiu à caça.

Ao mesmo tempo, sabemos que contamos com nossa Federação e, por meio dela, com o apoio da UITA e da Federação Latino-Americana de Trabalhadores da Nestlé (Felatran), para denunciar o que está acontecendo em Villa Nueva. Com isso, esperamos que a Nestlé pare de assediar sistematicamente os seus trabalhadores e trabalhadoras.