São os empregados do setor da alimentação, supermercados, segurança, abastecimento de combustível, farmácias, tratamento de esgoto e lixo, funerárias, distribuição de água, energia elétrica, entre outros. Entre aderir à quarentena ou trabalhar, estes não tiveram opção.
Para defender suas vidas e saúde, só restaram os sindicatos. São as entidades sindicais que assumiram esta tarefa, realizando junto às empresas um trabalho conjunto de observância das normas sanitárias, de isolamento e afastamento no interior das fábricas.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação (CNTA) está monitorando as gigantes do setor, com determinações como a alternância dos turnos do refeitório, o afastamento remunerado dos trabalhadores do grupo de risco, a redução em 50% do número de empregados na linha de produção, e a distribuição sistemática de EPIs (Equipamentos de Proteção Individuais) específicos do Coronavírus.
No âmbito local, a exemplo de outras entidades sindicais, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação (Stial) coloca em prática tais orientações, e cobra informações das empresas sobre o número de trabalhadores contaminados e suspeitas da Covid-19.
Graças à pressão dos sindicatos, o Supremo Tribunal Federal (STF) reestabeleceu o Coronavírus como doença ocupacional, derrubando orientação contrária do Presidente da República. Com isto, as empresas ficam responsáveis por adotar todas as medidas de proteção.
Protegê-los, aliás, é urgente. São eles que têm de ir a seus locais de trabalho, para que os outros fiquem em casa, cumprindo o isolamento social. Se a produção de alimentos parar, teremos o caos.
Mas o medo é uma constante, e diariamente os sindicatos recebem relatos de angústia e tensão. Pudera – o Brasil já ultrapassou os 200 mil casos de Covid-19, também as 15 mil mortes.
Em São Paulo, a ocupação de leitos de UTI chega a 70% no Estado, 90% na Capital. A doença se dirige ao interior do Estado.
Enquanto nossas autoridades duelam o jogo da política, no chão de fábrica os sindicatos fazem o trabalho mais difícil e importante. Preservar vidas, em meio ao avanço de uma doença desconhecida, e que não mostra os seus limites de destruição. Este é nosso papel, e não o recusaremos.