

Por um lado, a empresa com a sua intolerância, por outro os trabalhadores filiados ao Sintrafcorebgascelis e ao STICP, que mostraram disponibilidade para o diálogo, dentro de um cenário de respeito absoluto pela legislação trabalhista nacional e pelos convênios internacionais ratificados pelo Panamá.
“Durante toda a semana a empresa se manteve fechada ao diálogo. De nada serviu a nossa disponibilidade para avançar nas negociações, nem a pressão das autoridades trabalhistas para que acabassem com essa atitude intransigente”, disse para A Rel, Jonathan Vélez, secretário de Educação do Sitrafcorebgascelis.
“Apresentamos dez propostas e ratificamos o nosso interesse em buscar uma solução negociada para o conflito, mas a única resposta da SABMiller foi a de condicionar o pagamento da quinzena que deve aos trabalhadores à suspensão da greve”, acrescentou.
Desta maneira, a Cervejeira Nacional não só está desconhecendo e desrespeitando a autoridade do Ministério do Trabalho, como também pretende mostrar sua musculatura, medir forças e desgastar moral e economicamente os trabalhadores em greve.
Em que pese as dificuldades, os operários continuam firmes em seus propósitos. “Nós nos reunimos com os companheiros que estão presidindo os nove centros de trabalho da Cervejaria Nacional em todo o país, e a decisão de não parar com a greve e de seguir adiante foi unânime”, disse Alejandro John, secretário-geral do Sitrafcorebgascelis.
Nesta segunda-feira, dia 20, os dois sindicatos se mobilizaram em grande passeata a caminho da Presidência da República, para quem levaram suas propostas buscando solucionar a crise.
“Não vamos nos render à SABMiller. Os trabalhadores estão mostrando uma grande maturidade e aguentando estoicamente o embate com a patronal. Ao negarem o pagamento de seus salários, a empresa acabou por reforçar a unidade dos trabalhadores e a disposição deles para a luta”, afirmou John.
Tanto nacionalmente como internacionalmente, a solidariedade com os trabalhadores em greve não para.
“Em todos os centros de trabalho chega gente para nos apoiar e nos trazer comida para que possamos continuar com a luta. Internacionalmente é impressionante a enorme solidariedade recebida”, explicou Vélez.
“Já são dezenas de organizações filiadas à UITA que apoiam a nossa luta e que exigem da SABMiller que negocie de boa fé”, disse o dirigente.

Tradução Luciana Gaffrée