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Bloqueiam hotéis do sultão de Brunei
Em Ginebra,
Brunei
HOTÉIS
Artistas e celebridades da moda
Bloqueiam hotéis do sultão de Brunei
"Não podemos tolerar que apliquem a lapidação até a morte em mulheres adúlteras ou em homossexuais"
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Foto: laprensa.com.ni
Brunei é um dos países mais ricos do planeta. Também é um dos que mais viola os direitos humanos. A decisão de seu soberano, o sultão Hassanal Bolkiah, de aplicar a Sharia, a Lei Islâmica, para homossexuais, mulheres adúlteras, pessoas que praticam o aborto e ladrões, gerou um boicote aos hotéis de superluxo que o sultão possui nos Estados Unidos e na Europa, promovido por artistas e celebridades da moda.
O boicote começou no mundo da moda, promovido pelos italianos Valentino e Giancarlo Giametti e pelo fabricante de sapatos norte-americano Brian Atwood, que convidaram, pelas redes sociais, todos os ricos do planeta a não se hospedarem em hotéis como o Príncipe de Savoia, Le Meurice ou o Dorchester durante as semanas da moda de Milão, Paris ou Londres, que se intercalam entre junho e outubro.
 
Depois, a ideia se espalhou para o mundo do espetáculo, principalmente entre os artistas de cinema, mais precisamente o seleto núcleo de Hollywood, onde o sultão possui hotéis como o Beverly Hills ou o Bel Air, famosos por terem hospedado estrelas como Elisabeth Taylor ou o glamoroso ex-presidente dos Estados Unidos John Kennedy.
 
A ideia dos iniciadores do boicote, em geral não muito conhecidos pelo seu nível de consciência social, é bater onde mais dói ao sultão, que é no seu bolso, e na sua proximidade com os “ricos e famosos”.
 
“Não podemos tolerar que em pleno século XXI haja países que apliquem a lapidação até a morte em mulheres adúlteras ou em homossexuais, nem que apliquem a amputação das extremidades em ladrões ou a prisão perpétua para quem praticar o aborto”, disse o ator britânico e militante pela causa homossexual Stephen Fry, um dos mais ativos na campanha de boicote.
 
“Não entrarei no Bel Air, nem no Beverly Hills, até que isto não seja resolvido”, comunicou a comediante, atriz e apresentadora de televisão norte-americana Ellen De Generis, aos seus quase 30 milhões de seguidores na rede social Twitter.
 
A 20th Century Fox, que iria fazer a estreia para a imprensa da última versão de A Saga X-Men em um dos luxuosos hotéis da Dorchester Collection, de propriedade do sultão, cancelou o evento.
 
Ao que tudo indica, o boicote fez com que as reservas em alguns dos hotéis Dorchester caíssem em mais de 10 por cento.
 
Christopher Cowdray, diretor do Beverly Hills, disse que a campanha não surtirá nenhum efeito na aplicação da lei islâmica, mas sim no trabalho dos funcionários de seu hotel e também nas finanças da cidade de Los Angeles, já que o hotel deixa na cidade 10 milhões de dólares por ano, só em impostos.
 
Além de se importar pouco ou nada com o sofrimento de mulheres e homossexuais, em Brunei, país de origem do seu patrão, Cowdray também não tem muita credibilidade como defensor dos direitos dos trabalhadores de hotéis de luxo de Los Angeles, uma das cidades dos Estados Unidos com maior presença de imigrantes sem documentação legal, que na hotelaria encontram geralmente uma fonte de emprego.
 
Sim, a situação desses trabalhadores melhorou nos últimos anos, mas graças à ação dos sindicatos, que também são muito ativos na cidade. 
 
Rel-UITA
26 de maio de 2014

Tradução: Luciana Gaffrée

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