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O cruzeiro do terror
Em Montevideo,
Brasil
CRUCEIROS
O trabalho escravo no mar chega à justiça
O cruzeiro do terror
MSC Crociere e a violação dos direitos humanos
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Ilustración: Allan McDonald (Rel-UITA)
A Justiça do Trabalho de Salvador, Bahia, examina a partir de hoje, 23 de outubro o caso de 11 tripulantes do cruzeiro MSC Magnífica, da empresa italiana MSC Crociere, resgatados no dia 1 de abril pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) em condições análogas ao trabalho escravo.
Os tripulantes foram “liberados” durante as operações de fiscalização levadas a cabo entre março e abril nos barcos das cinco empresas de cruzeiros que operam no Brasil: MSC, Costa, Pullmantur, Ibero e Royal.
 
Relatórios elaborados por auditores fiscais acusam a MSC de violar os direitos humanos básicos dos trabalhadores, e também por cometerem várias infrações contratuais e por violarem as convenções marítimas internacionais.
 
A MSC é a quarta empresa mundial do setor e a segunda da Europa. É uma empresa que afirma gerir-se com espírito italiano, mas é curioso que seus barcos estejam registrados no Panamá, que tenham bandeira de conveniência e que seu domicílio fiscal esteja na Suíça, apontou Enildo Iglesias em uma matéria para A Rel, em maio passado.

A saúde física e mental dos tripulantes estava em risco, afirmam os relatórios, que citam ainda o caso de uma trabalhadora de outro navio da mesma empresa, o MSC Armonia, falecida em 2012, como consequência das condições de trabalho relatadas.

Os relatórios estabeleceram que a tripulação estava sendo submetida a jornadas de trabalho de até 16 horas e a contínuas humilhações, além de pressões e de assédio moral e sexual.
 
Trabalhadores do MSC Magnífica denunciaram também que a empresa que os recrutou, obrigava-os a pagar uns 5 mil reais para poder embarcar.
 
“Estamos diante de uma atividade corporativa internacional de altos níveis de lucro que se utiliza do tráfico de pessoas e da exploração do trabalho de milhares de jovens brasileiros e de outras nacionalidades”, alertou em um comunicado o Movimento de Justiça e de Direitos Humanos do Brasil.

As organizações sindicais do setor reclamam ao governo do Brasil ratificar de maneira urgente o Convênio 2006 sobre o trabalho marítimo da OIT, que entrou em vigência ano passado.

Uns 10 mil trabalhadores brasileiros embarcam e trabalham anualmente em cruzeiros que navegam pelos rios do país.



Rel-UITA
23 de octubre de 2014

Nota do Editor: agradecemos ao Jair Krischke pelo envio desta denúncia.

Tradução: Luciana Gaffrée

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