Artur Bueno Júnior
1º de Maio
Luta e trabalho
Ilustración: Allan McDonald
A cada ano, na chegada do 1º de maio, nós trabalhadores nos perguntamos o que teremos a comemorar. Em meio às homenagens, é preciso saber se a situação do emprego no país é realmente boa, se as condições de vida e de trabalho evoluíram ou andaram para trás.
Ao final das contas, todo ano parecemos estar diante de um dilema sem fim, e só uma verdade – a luta e o trabalho de mobilização da categoria nunca poderão ter fim.
Vemos avançar no Congresso Nacional o PL 4.330/04, que permite às empresas a terceirização das chamadas atividades-fim. Ao pé da letra, a proposta visa permitir a terceirização da mão de obra metalúrgica numa metalúrgica, por exemplo, ou do pessoal envolvido na produção de alimentos numa indústria alimentícia.
É uma perspectiva assustadora diante dos dados que temos hoje: um terceirizado trabalha três horas a mais em média, hoje, no Brasil, e recebe salário 25% menor.
Mas o que o projeto traz de pior é com relação à representação sindical – algo que o movimento tenta a todo o custo mudar. Queremos que a representação permaneça a mesma da atual nas empresas, o que permitirá aos sindicatos protegerem as leis trabalhistas das pessoas que forem terceirizadas.
É uma alternativa última, no caso de não conseguirmos barrar o avanço do 4.330/04. Poderemos, pelo menos, impedir seus prejuízos maiores.
A iniciativa da 4.330/04 acontece no exato momento em que o país enfrenta uma das maiores crises dos últimos tempos. É a hora perfeita para os patrões – com trabalhadores fragilizados e a sociedade disposta a aceitar qualquer tipo de acordo para manter os empregos.
É nesta hora que ganham importância os sindicatos, que com sua estrutura autônoma e dependente apenas dos trabalhadores ganham força para a defesa incondicional dos seus interesses.
Sabemos que grande parte das demissões atribuídas à tal crise econômica são na verdade reflexo de reestruturações produtivas promovidas pelas empresas.
Sabemos que a incompetência do governo federal é muitas vezes a desculpa perfeita para que os patrões enxuguem suas equipes, mandando embora os trabalhadores mais críticos à linha de pensamento do empresário – nem sempre de acordo com a legislação trabalhista.
É preciso separar o joio do trigo, sob pena de cairmos no engodo de uma crise inflacionada.
Em Limeira, nosso setor tem vivido as mesmas lutas salariais de sempre, e não recuamos um milímetro nas negociações. Os índices permanecem, numa lenta, mas constante recuperação salarial que a cada ano coloca nossa categoria num patamar melhor.
As empresas, diante deste “olho no olho” que segue a disposição da dura negociação em prol dos trabalhadores, atendem aos anseios, pois sabem que os trabalhadores organizados em sua entidade sindical são muito fortes. A conversa tem de ser franca, direta e produtiva.
Avançamos, ano a ano, independente da crise. Na mente, apenas uma convicção: estaríamos muito piores sem os sindicatos, só continuaremos assim, enquanto lutarmos. Feliz Dia do Trabalhador a todos vocês.
Vemos avançar no Congresso Nacional o PL 4.330/04, que permite às empresas a terceirização das chamadas atividades-fim. Ao pé da letra, a proposta visa permitir a terceirização da mão de obra metalúrgica numa metalúrgica, por exemplo, ou do pessoal envolvido na produção de alimentos numa indústria alimentícia.
É uma perspectiva assustadora diante dos dados que temos hoje: um terceirizado trabalha três horas a mais em média, hoje, no Brasil, e recebe salário 25% menor.
Mas o que o projeto traz de pior é com relação à representação sindical – algo que o movimento tenta a todo o custo mudar. Queremos que a representação permaneça a mesma da atual nas empresas, o que permitirá aos sindicatos protegerem as leis trabalhistas das pessoas que forem terceirizadas.
É uma alternativa última, no caso de não conseguirmos barrar o avanço do 4.330/04. Poderemos, pelo menos, impedir seus prejuízos maiores.
A iniciativa da 4.330/04 acontece no exato momento em que o país enfrenta uma das maiores crises dos últimos tempos. É a hora perfeita para os patrões – com trabalhadores fragilizados e a sociedade disposta a aceitar qualquer tipo de acordo para manter os empregos.
É nesta hora que ganham importância os sindicatos, que com sua estrutura autônoma e dependente apenas dos trabalhadores ganham força para a defesa incondicional dos seus interesses.
Sabemos que grande parte das demissões atribuídas à tal crise econômica são na verdade reflexo de reestruturações produtivas promovidas pelas empresas.
Sabemos que a incompetência do governo federal é muitas vezes a desculpa perfeita para que os patrões enxuguem suas equipes, mandando embora os trabalhadores mais críticos à linha de pensamento do empresário – nem sempre de acordo com a legislação trabalhista.
É preciso separar o joio do trigo, sob pena de cairmos no engodo de uma crise inflacionada.
Em Limeira, nosso setor tem vivido as mesmas lutas salariais de sempre, e não recuamos um milímetro nas negociações. Os índices permanecem, numa lenta, mas constante recuperação salarial que a cada ano coloca nossa categoria num patamar melhor.
As empresas, diante deste “olho no olho” que segue a disposição da dura negociação em prol dos trabalhadores, atendem aos anseios, pois sabem que os trabalhadores organizados em sua entidade sindical são muito fortes. A conversa tem de ser franca, direta e produtiva.
Avançamos, ano a ano, independente da crise. Na mente, apenas uma convicção: estaríamos muito piores sem os sindicatos, só continuaremos assim, enquanto lutarmos. Feliz Dia do Trabalhador a todos vocês.
Rel-UITA
30 de abril de 2015