MITRAB realiza inspeção na
Schneider National (Pepsi)
Trabalhadores ilegalmente despedidos
se mantêm firmes e ganham apoio
Foto: Giorgio Trucchi
Nesta terça de manhã, 11 de novembro, o Ministério do Trabalho (MITRAB) inspecionou as instalações da Engarrafadora Nacional S.A. (ENSA), visando a investigar o que havia acontecido no dia anterior, quando o gerente geral da Schneider National Logistics despediu uns 70 trabalhadores por terem formado um sindicato. A empresa na Nicarágua se encarrega da entrega dos produtos da Pepsi.
“O inspetor entrou na fábrica acompanhado pelo secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores Schneider-Pepsi, e constatou ter ocorrido de fato a demissão de vários trabalhadores.
O gerente geral da Schneider reafirmou sua intenção em manter a demissão, alegando que não irá permitir que em sua empresa seja criado um sindicato”, disse Marcial Cabrera, secretário geral da Federação Unitária dos Trabalhadores da Alimentação da Nicarágua (FUTATSCON).
Na Nicarágua, a Schneider National Logistics está diretamente vinculada à Engarrafadora Nacional S.A. (ENSA), de propriedade da CBC (antes CABCorp), que é a Engarrafadora Ancla para a América Central da transnacional Pepsi.
Dia 9 de novembro passado, uns 70 trabalhadores da Schneider National decidiram criar um sindicato para defender e garantir os seus direitos trabalhistas. Em menos de 24 horas, a patronal os demitiu de forma brutal e totalmente ilegal.
O Sindicato foi formalmente inscrito na segunda passada e se espera que, em poucos dias, as autoridades trabalhistas forneçam o registro da sua pessoa jurídica.
“Os trabalhadores se mantêm firmes diante da entrada principal da fábrica da ENSA-Pepsi, em Manágua, e garantem que mais gente vai se unir a eles nas próximas horas”, acrescentou Cabrera.
A direção sindical da FUTATSCON disse estar confiante de que o MITRAB sentenciará as demissões como ilegais.
“Não tenho a mínima dúvida de que o inspetor pôde comprovar a violação flagrante da imunidade sindical (estabilidade provisória de emprego), bem como a demissão em massa dos trabalhadores. Apoiaremos essa luta, que é justa e digna”, concluiu Cabrera.
Foto: Giorgio Trucchi