Em Montevidéu,
Com Rosecléia de Castro
“Somente unidos os trabalhadores conseguirão inclinar a balança a seu favor”
Foto: Gerardo Iglesias
Entre os dias 27 de setembro e 2 de outubro, representantes dos trabalhadores da PepsiCo e da Coca Cola de todas as regionais da UITA se reuniram em Genebra para avaliar a situação global dos trabalhadores das referidas transnacionais produtoras de refrigerantes. A Rel dialogou com Rosecléia de Castro, do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Alimentação de Campinas (São Paulo) e representante das organizações que representam a PepsicCo na América Latina.
- Como você avalia a reunião dos trabalhadores da PepsiCo e da Coca Cola, realizada em Genebra, na semana passada?
- Este tipo de encontro é sempre muito positivo, porque na troca de experiências conhecemos a realidade de outros países ao mesmo tempo em que mostramos a nossa.
Destaco a solidariedade manifestada pelos companheiros que participaram. A UITA, principalmente toda a sua Secretaria Regional, sempre esteve atenta aos problemas enfrentados pelos filiados, dando sempre uma resposta rápida.
Como exemplo desta rede solidária, está o caso dos trabalhadores da PepsiCo de Bengala na Índia, que foram assediados e posteriormente injustamente despedidos.
Saímos da reunião com uma resolução de apoio à campanha da UITA, para que a transnacional readmita estes companheiros. Unidos vamos ganhar esta batalha.
- Este tipo de encontro é sempre muito positivo, porque na troca de experiências conhecemos a realidade de outros países ao mesmo tempo em que mostramos a nossa.
Destaco a solidariedade manifestada pelos companheiros que participaram. A UITA, principalmente toda a sua Secretaria Regional, sempre esteve atenta aos problemas enfrentados pelos filiados, dando sempre uma resposta rápida.
Como exemplo desta rede solidária, está o caso dos trabalhadores da PepsiCo de Bengala na Índia, que foram assediados e posteriormente injustamente despedidos.
Saímos da reunião com uma resolução de apoio à campanha da UITA, para que a transnacional readmita estes companheiros. Unidos vamos ganhar esta batalha.
Terceirização e alta rotatividade de pessoal
Dois problemas cruciais do Brasil
-Quais foram as questões apresentadas pelo Brasil?
- No meu país o principal problema é a terceirização, porque está em discussão no Congresso um projeto de lei que estende este sistema de contratação para todos os setores da produção.
Isto gera um panorama perigoso não só para os trabalhadores da PepsiCo e da Coca Cola, mas também para todos os trabalhadores e trabalhadoras brasileiras.
Paralelamente a este projeto de lei, o Sindicato dos Trabalhadores da PepsiCo tinha conseguido que a empresa se comprometesse a acabar com as terceirizações, em um processo de negociação quase resolvido.
A câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei e a empresa, como muitas outras, manteve-se na expectativa da resolução final sobre este projeto de terceirizações no Senado.
Infelizmente, se for aprovado, será muito sério porque agravará, ainda mais, o panorama de precariedade já existente.
De acordo com os dados da Fundacentro*, quatro de cada cinco trabalhadores que sofrem acidentes de trabalho são terceirizados.
A maioria deles não conta com representação sindical, já que a rotatividade é altíssima, devido às condições precárias e aos baixos salários recebidos, muito menores do que os dos trabalhadores fixos.
-Alguma resolução foi tomada com relação a esta situação?
-Nossa proposta é que a UITA consiga uma reunião com a direção da PepsiCo nos Estados Unidos para interceder em nome da filial brasileira.
Esperamos receber dos países da América Latina o mesmo companheirismo e solidariedade mundial que oferecemos a eles.
Somente unidos, os trabalhadores conseguirão inclinar a balança a seu favor.
Gostaria de agradecer à Rel-UITA pelo apoio incondicional que nos oferece sempre que precisamos, e pela oportunidade de participar destes tipos de encontros que fortalecem nosso trabalho sindical.
Rel-UITA
15 de outubro de 2015
* Fundação vinculada ao governo, responsável pela saúde e segurança do trabalhador.
Tradução: Luciana Gaffrée