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Depoimento de Giselle Adão, sobre o Congresso Mundial da UITA com a comunidade LGBTI

“Uma experiência inesquecível”

O Encontro LGBTI realizado durante o Congresso Mundial da UITA, realizado em Genebra, em agosto passado, foi uma experiência única, já que para esta comunidade é muito difícil encontrar espaços de visibilidade, afirma para esta coluna Giselle Adão, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Alimentação de Criciúma e Região do Brasil.

Ter participado de um momento como este nos permitiu divulgar as discussões que fazemos em nossas bases sindicais, levá-las aos nossos companheiros e companheiras de todas as partes do mundo. Sem dúvida, foi muito importante e uma experiência inesquecível para mim.

Saber que o que você transmite é compreendido e, graças a isso, a nossa luta pode ser incorporada por outras comunidades, é uma vitória para todo o movimento LGBTI, principalmente no que tange ao mundo do trabalho.

Os trabalhos coletivos feitos durante esta reunião da UITA servirão de pilares para a nossa tarefa cotidiana de dar visibilidade às diferentes problemáticas enfrentadas pelas pessoas LGBTI.

É sempre muito positivo socializar, levar a nível coletivo nossas próprias experiências e aprender com os demais para melhorar o trabalho que viemos desenvolvendo, abrir portas e caminhos.

O mundo sindical deve se envolver mais
O direito básico à identidade

Deixamos nossa mensagem principal, que é “não abandonar a luta”. Podemos e devemos avançar na conquista de novos espaços, também no ambiente sindical.

Somos mulheres e homens LGBTI lutando pelo reconhecimento da sociedade.

Os sindicalistas devem debater estes assuntos muito mais, porque parte essencial da tarefa dos sindicatos é defender os direitos das minorias, neste caso estamos falando da comunidade LBGTI, que é vítima de assédio, discriminação e assassinato.

No Congresso Mundial da UITA, foi formada uma Comissão LGBTI cujo principal objetivo é dar seguimento ao trabalho que estamos realizando com a Secretaria Regional em parceria com o Clamu.

Que as experiências de companheiros e companheiras em outros países possam contribuir para que, unidos, possamos influir nas políticas públicas de nossos países, principalmente da América Latina, para a defesa e proteção das pessoas LGBTI.

O Brasil é o país que mais assassina pessoas LGBTI. Seria importante trabalhar em políticas de prevenção.

Desde que começamos o trabalho com a Rel-UITA, as portas começaram a se abrir para o movimento LGBTI no ambiente do trabalho, com ênfase na tarefa sindical.

Fazer parte deste espaço me permitiu abrir o caminho para que outras e outros trabalhadores participem dos âmbitos de decisão e sejam considerados na hora de negociar coletivamente as condições de trabalho de todos.

O pontapé inicial já foi dado, agora é só caminhar.