Os 34 trabalhadores, resgatados entre os dias 3 e 4 de maio, permaneceram durante um mês em condições precárias e degradantes, na fazenda Campinho, em Rancho Queimado, como informa o portal do MPT.
Estavam sem contrato de trabalho, suas carteiras de trabalho retidas pelos proprietários da fazenda, não tinham ainda recebido salário algum e já não tinham comida.
De acordo com os depoimentos das vítimas, eles saíram de suas cidades de origem com uma proposta de trabalho para a extração de madeira em São Paulo. Ao chegarem lá, foram informados de que a empresa tinha um problema, sendo derivados para Santa Catarina.
Os trabalhadores relataram que foram alojados em uma casa sem móveis nem água potável, tendo que dormir em colchonetes finos e passando frio, porque também não tinham roupa de cama nem cobertores.
Os auditores-fiscais do MPT também inspecionaram o ponto onde era realizada a extração da madeira, onde se depararam com outras irregularidades.
O local foi imediatamente interditado por não contar com água potável, instalações sanitárias nem espaço adequado para a alimentação do pessoal.
Além disso, as motosserras utilizadas pelos trabalhadores não contavam com os dispositivos de segurança necessários.
“Quem não tinha motosserra receberia uma, mas o valor seria descontado do salário”, denunciou um dos trabalhadores para os integrantes da força-tarefa.
O Procurador do Trabalho Acir Alfredo Hack, representante da Coordenadoria de Erradicação do Trabalho Escravo (CONAET) em Santa Catarina, afirmou que o MPT poderá ajuizar ação civil pública por dano moral, caso a empresa madeireira não cumpra com as correções das irregularidades requeridas pelo organismo.
Ilustração: Allan McDonald