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Rio de Janeiro: intervenção militar

Caos na segurança pública é resultado de falta de investimentos sociais do governo Temer

O governo ilegítimo de Michel Temer assinou decreto na última sexta-feira (16) que determina a intervenção federal no estado do Rio de Janeiro, deixando a segurança pública sob responsabilidade de um interventor militar, que responde ao presidente da República.
 
O decreto ainda precisa ser aprovado pelo Congresso Nacional, em regime de urgência.

A intervenção federal nos estados está prevista na Constituição de 1988, mas nunca tinha sido aplicada até agora. Segundo o governo federal, o objetivo da medida é «conter grave comprometimento da ordem pública», mas ainda não está definido concretamente como será essa intervenção.

Deve ser chamada atenção para o fato de muitos estados se encontrarem na mesma situação que o Rio de Janeiro na área de segurança pública, o que levanta o temor de que esta intervenção seja apenas o balão de ensaio para justificar outras em um ano eleitoral.
 
Na opinião da CONTAG, o desmonte das políticas públicas realizado por este governo ilegítimo está impactando social e economicamente todos os estados e um dos exemplos é o que vem acontecendo no Rio de Janeiro.

A falta de investimento em educação, saúde, transporte e segurança, com a aprovação da Emenda Constitucional 95, que congela os investimentos sociais por 20 anos, já é um reflexo das decisões descabidas deste governo.
 
A visão simplista de que a repressão ao crime se resolve apenas com mais repressão e com a utilização do aparato militar já se mostrou totalmente equivocada.

A teatralização do combate ao crime, como vem se dando no Rio de Janeiro desde 1992, além de ineficaz serve apenas para enganar a população e conseguir votos daqueles que não percebem contra quem realmente se voltam essas ações: pobres, pretos, trabalhadores, e outros.
 
“A população está sofrendo na pele com a postura deste governo de não investir nas políticas sociais. O desemprego aumentou e a qualidade de vida e a insegurança também. E esse problema não pode ser resolvido a partir de uma intervenção militar.

É preciso investir em segurança pública, em geração de emprego, transporte, educação, saúde, saneamento básico, entre outras políticas”, defendeu o presidente da CONTAG, Aristides Santos.


* Com informações da BBC.