Na área de saúde e segurança no trabalho o governo vem revisando todas as normas regulamentadoras, informando que faz este processo para "harmonizar" tais normas.
Na realidade, muitos dirigentes sindicais e técnicos da área dizem que algumas garantias previstas no arcabouço jurídico têm sido revisadas no sentido de diminuir as proteções previstas.
O fato real e concreto, é que o combativo movimento sindical da área da alimentação, que conseguiu uma norma específica para frigoríficos, a última a ser publicada, a 36, a NR 36, não vai ficar sem reação caso o empresariado venha na direção de redução de direitos. Ao final, esse processo só vai precarizar mais o trabalho já sofrido das trabalhadoras e trabalhadores de frigorífico.
Exposição ocupacional a riscos como o frio, calor, umidade, produção sob pressão, repetitividade e monotonia que levam a exaustão ou exposição a amônia acidentalmente são apenas alguns dos aspectos que a NR 36 ajudou a melhorar concretamente nesses ambientes de trabalho.
Retirar tais direitos já é grave. Mais grave, é fazer isso em um momento de pandemia, onde os trabalhadores e trabalhadoras do setor seguiram trabalhando continuadamente para que a população brasileira e mundial não sofresse com o desabastecimento alimentar.
Por isso, a CONTAC, CNTA e Rel UITA estão chamando para a próxima semana uma Plenária Nacional em Defesa da NR 36.
Defender a NR 36 é defender a vida, é defender a dignidade humana, é defender que avancemos no processo civilizatório.
Mudar a NR 36? Só se for para melhorar de verdade.
Perguntem a opinião de quem cumpre uma jornada de trabalho diária extenuante nos frigorificos para ver o que vão dizer a respeito.