Cristian Vargas é dirigente do Comitê de Empresas Nacional dos Trabalhadores da Nestlé Equador e também colaborador ativo em nossas redes sociais. Neste sábado, ele conversou com A Rel sobre a gravíssima situação vivida em seu país, especialmente na cidade de Guayaquil, após o surto do coronavírus.
“3.000 casos de coronavírus foram confirmados, e o sistema de saúde e o funerário estão colapsados aqui em Guayaquil”, disse à Rel.
Segundo Cristian, que também é o responsável pelas comunicações do Comitê, existem alguns hospitais que enviam os idosos para morrerem em suas casas, porque assim podem cuidar apenas dos jovens.
“Os corpos ficam 5 ou 10 dias nas casas porque não há serviço para buscá-los. As pessoas terminam jogando os cadáveres na rua. Há poucos lugares onde enterrá-los. A opção é a cremação, que custa entre 1.500 a 1.800 dólares”, explicou.
Além disso, o governo decretou um toque de recolher das 14 às 5 da manhã, e o transporte é apenas para quem trabalha em hospitais.
Cristian também informou que a ministra da Saúde renunciou por não contar com os recursos necessários para lidar com a pandemia. As pessoas não estão entendendo a situação, ficam nas ruas e lotam os supermercados.
“Estão prevendo uma quarentena total, para ver se essa onda de contágios pode ser freada, só que no momento a situação é crítica, sem que se enxergue nenhuma saída”, concluiu.