Pela segunda vez em menos de uma semana, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de Limeira e Região (Stial) vem a público demonstrar seu pesar, pelo falecimento de mais um trabalhador da Usina Iracema (Grupo São Martinho), de Iracemápolis-SP.
A entidade critica as ações da empresa para conter os efeitos da pandemia, que considera "insuficientes".
Baldoino Ferreira Santana tinha 61 anos de idade, e atuava como ajudante geral agrícola. Na sexta-feira passada, a entidade já havia lamentado a morte de Geraldo Roberto Fernandes, 62 anos, operador de máquinas agrícolas.
Com mais de 60 anos de idade, ambos faziam parte do grupo de risco do Coronavirus, e deveriam estar afastados de suas funções.
"A recusa ao afastamento dos trabalhadores e trabalhadoras do grupo de risco é apenas um dos problemas apontados na empresa. Eles não estão realizando testes nos empregados", afirmou o presidente do Stial, Artur Bueno Júnior.
Até o último dia 8, havia 29 casos confirmados de trabalhadores contaminados pela Covid-19 na Usina Iracema, e durante reunião com a diretoria, o sindicato apontou desrespeito ao distanciamento mínimo, e às condições de higiene e segurança.
Em ofício enviado à Usina, o sindicato pede que o contingente de empregados na empresa seja negociado com o sindicato, e que os casos de contaminação de trabalhadores diretos ou terceirizados sejam informados à entidade.
"Queremos a criação de um Comitê Local, com a participação do sindicato, para acompanhamento e elaboração de medidas de combate à Covid-19.
Além disso, o afastamento remunerado imediato de todos os trabalhadores de grupo de risco, sem prejuízo nos rendimentos", pontuou o dirigente.
O Stial também quer um programa de testes para empregados da Usina e terceirizados.
"Entendemos que a categoria da alimentação é essencial para o país, mas o sindicato não ficará apenas lamentando mortes. Vamos tomar todas as medidas necessárias para a preservação da vida dos trabalhadores e trabalhadoras", finalizou Artur Bueno Junior.