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Em defesa das verbas da Educação

O Brasil saiu às ruas quarta-feira (15), para protestar contra os cortes de verba na área de Educação, promovidos pelo governo Jair Bolsonaro. Professores, estudantes, sindicatos e população em geral realizaram o primeiro ato significativo contra este governo, que mais uma vez mostrou despreparo verbal, político e intelectual.

Alegando queda na arrecadação, o Ministério da Educação fez, primeiro, um anúncio de corte de 30%, nas verbas de pesquisa de três universidades federais.

Como se isso não fosse provocar abalo suficiente, um segundo comunicado apontou, de forma inábil, a restrição generalizada em todos os institutos de educação federais do país.

Questionado diante da previsível revolta da comunidade acadêmica, estudantes e da população em geral, o ministro da Educação se limitou a mencionar a queda na arrecadação, e realizou ataque bizarro ao trabalho das universidades.

De forma alucinada, alegou serem espaço de “balbúrdia” e “gente pelada”. Na obsessão de relativizar os cortes, participou de transmissão de vídeo, ao lado do presidente, onde exibiu 100 chocolates e separou 3, dizendo que o tal contingenciamento só atingiria 3,5% da verba geral.

Era um arremedo de verdade. Weintraub tirou da conta dos cortes, o dinheiro gasto em salários, por exemplo – claro, ele nunca teria poder para limitar tal investimento.

A desfaçatez dos chocolates só fez reforçar o desprezo do ministro pela produção científica brasileira, que sobrevive com pouca verba governamental, produzindo bons resultados.

Aliás, quando questionado na Câmara Federal sobre os cortes, Weintraub novamente mostrou seu caráter excêntrico, com delírio aparentemente fabricado para esconder a falta de argumentos. Disse que o Estado brasileiro só tem responsabilidade sobre os ensinos fundamental, básico e técnico. Ofendeu parlamentares, para completar.

Inocentes deputados chegaram a pedir sua cabeça, esquecendo-se que o desprezo tanto pela Educação como pela Democracia, fazem parte do cardápio do próprio chefe dele. Dos EUA, Jair Bolsonaro chamou os manifestantes contra o corte de verbas para as pesquisas de “imbecis”, “idiotas úteis”, sob o comando de “espertalhões”. Lastimável.

A massa nas ruas, com presença marcante dos sindicatos, trouxe a única imagem de lucidez, de apreço à democracia e à própria pátria, neste debate fundamental. Ante um governo de malucos, e um Congresso sem a menor credibilidade, resta ao povo e entidades organizadas lutarem pelos valores que sustentam nossa pátria. A isto não nos furtaremos!!!