“O movimento sindical sempre esteve contra esta reforma, entre outras coisas, porque um dos principais argumentos dos que a defendem é que o sistema de previdência social é deficitário, o que não é certo.
O que acontece é que os maiores devedores da Previdência são em geral os grandes grupos empresariais”.
Bueno destacou que a solução não é retirar benefícios e direitos do sistema de pensões ou as aposentadorias dos trabalhadores, mas sim fazer com que os grandes devedores paguem.
“Apesar da resistência feita pelos sindicatos, na quarta-feira passada, o projeto de reforma foi aprovado pela Câmara de Deputados. E ao que tudo indica, também o será no Senado. Principalmente, porque o governo de Jair Bolsonaro abriu os cofres públicos, oferecendo dinheiro para os legisladores que votarem a favor da reforma”.
O paradoxo deste processo, disse Bueno, é os defensores da reforma afirmarem que economizarão um trilhão de reais em 10 anos, sendo que tiveram que liberar 5 bilhões de reais em um só mês para os deputados votarem nela.
Para Artur, o principal objetivo desta medida é acabar com a previdência pública.
“A ideia de quem promoveu esta reforma é acabar com a previdência social pública, obrigando os trabalhadores e as trabalhadoras a migrarem para uma previdência privada, e com isso apenas os bancos privados lucrarão”.
O dirigente afirma que todas estas medidas foram muito bem orquestradas, desde o governo de Michel Temer, já com a reforma trabalhista que desestruturou o movimento sindical, deixando-o de pés e mãos atadas.
"Foi tudo muito bem articulado: dizimaram os sindicatos primeiro e depois deram a tacada final com esta reforma, que será nefasta para a imensa maioria da população.
O movimento operário está enfraquecido e com escassa capacidade de mobilização, facilitando o caminho para o governo continuar destroçando os direitos trabalhistas”.
"Em meus 40 anos como sindicalista, nunca tinha visto um ataque tão grande como este aos direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras, duramente conquistados”, destacou.