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E que venha a “reforma”

Nas mobilizações, que o veneno terá seu antídoto

À medida que a “Reforma Trabalhista” coloca a negociação como lei, ela pode ter produzido a vacina de sua própria doença. Sindicatos, com apoio dos trabalhadores e trabalhadoras, seguirão ainda mais fortes contra o avanço sobre seus direitos.

Ante a negociação individual sobre banco de horas, ou a jornada de 12 horas diárias, os trabalhadores terão o Acordo Coletivo de Trabalho para impedir estas práticas.

Da mesma forma, o terão contra a escravidão moderna do contrato intermitente, ou a pornográfica terceirização desenfreada. É na porta e no chão das fábricas, que o trabalhador e a trabalhadora serão convocados a se insurgir contra as agressões. É nas mobilizações, que o veneno terá seu antídoto.

Sindicatos e trabalhadores não estarão sozinhos nesta luta. Se o conluio de políticos corruptos e empresários mal intencionados, tal qual numa republiqueta de bananas, avançou sobre nossa legislação trabalhista, do outro lado temos procuradores e juízes do trabalho, fiscais do trabalho e profissionais ligados à área, que denunciam veementemente as ilegalidades da reforma.

A Justiça do Trabalho, estarrecida diante dos abusos, já prometeu linha de frente. Teremos sérios conflitos!!!

Com o tempo, os canalhas mostrarão sua face. A polêmica entrevista do presidente do TST, Ives Gandra Júnior, ao jornal Folha de São Paulo de segunda (6), expôs o mais vil pensamento mercantilista.

Com salário de mais de R$ 30 mil, o magistrado ousou dizer que “empregos só se criam com flexibilização de direitos”. Sobre a indenização por danos morais, que passa a ser paga com base no salário do trabalhador e cria castas de cidadãos, ele defendeu que “muitos trabalhadores pleiteavam indenização como quem quer ganhar na loteria”. Um absurdo.

Poderá haver um duro período de adaptação, onde a nova lei castigará toda a população, sem muito alarde. Mas, ao ser humilhado por um contrato de trabalho “por horas”, o trabalhador acordará para a triste realidade.

Ao ser violentado pela rescisão contratual unilateral produzida pela empresa, sem um sindicato para revisá-la, este cidadão verá a real gravidade da situação. Este homem será um dos milhões, que engrossarão as fileiras das entidades que hoje são hostilizadas e atacadas: os sindicatos. A luta deve continuar.

Nesse quadro e diante da eminente vigência da “Reforma Trabalhista”, apregoamos a DESOBEDIÊNCIA CIVIL contra os dispositivos contidos na Lei 13.467/17, sempre na observância à Constituição Federal e das normas do Direito Internacional.

Afinal, tantas foram as leis aprovadas no Brasil ao longo da sua história que, pelo seu flagrante e brutal conflito com o interesse social, tornaram-se letra morta.

Faremos tudo que estiver ao nosso alcance para que a “nova” lei trabalhista seja mais uma, no rol das legislações inócuas e impraticáveis.

CONTINUAR RESISTINDO, MAS AGORA, PASSAR A DESOBEDECER!!! EM NOME DE NOSSO PASSADO DE LUTAS; EM NOME DO PRESENTE E DO FUTURO DOS NOSSOS TRABALHADORES E DA PRÓPRIA NAÇÃO BRASILEIRA!!!