-Como você avalia esta última reunião?
-Como muito positiva. Foi a melhor reunião de todas as que já participei.
Excelente a ideia da Secretaria Geral da UITA de realizar previamente as duas reuniões sobre Aquecimento Global, onde participaram as divisões Carne, Laticínios e o GPTA, uma iniciativa necessária e oportuna, que a nossa Regional reivindicara nos encontros em San Francisco e Roma, no ano passado.
As problemáticas e desafios são bem similares nos três setores, e foi muito acertado ter encarado e articulando capacidades. Ficou claro, em Omaha, onde compartilhamos espaços e reflexões, o quanto esta foi uma experiência inédita na história da UITA.
-Quais são as resoluções que você destaca da reunião do GPTA?
-Aprofundou-se o questionamento ao modelo de produção que industrializou a agricultura e que diminuiu a importância da agricultura familiar. Além disso, analisaram-se os desequilíbrios ambientais provocados pela monocultura em grande escala e o avanço descontrolado da cultura do dendê.
Deu-se ênfase nos impactos negativos do glifosato no ambiente e na saúde. A Rel UITA já vem denunciando o uso indiscriminado deste agrotóxico no mundo inteiro e, recentemente, trouxemos à tona os processos milionários que a Monsanto (hoje Bayer) vem perdendo na justiça, porque o seu produto, o Roundup, é responsável por diversos tipos de câncer.
O GPTA iniciará junto com a UITA uma campanha mundial para que o glifosato seja eliminado dos nossos pratos e promovida uma agroecologia em benefício das pessoas, da alimentação saudável, do meio ambiente e de uma agricultura de inclusão.
-O GPTA apoiou o nosso trabalho no Brasil contra o arsenal químico utilizado pela agricultura e a favor das nossas ações pela vida e pela proteção das abelhas.
-Sim, o GPTA apoiou completamente as iniciativas da Regional e a nossa participação na ApisBio, associação que reúne organizações ambientalistas, de direitos humanos e membros de destaque do estado do Rio Grande do Sul.
Nós informamos sobre a alarmante mortandade de abelhas na região sul e sobre a denúncia penal apresentada como resultado do Simpósio Internacional Sobre Mortandade de Abelhas e Agrotóxicos (28 de março), que contou com o apoio da Rel UITA.
-O GPTA enfatizou que o atual modelo de produção caducou, que o uso desse arsenal químico e a monocultura são matrizes já esgotadas…
-Sim, com certeza. Há que mudar o modelo já, porque a natureza está dando claros sinais de seu esgotamento, sem falar que também foram milhões os agricultores e assalariados rurais expulsos do campo.
Este modelo só beneficia um punhado de transnacionais que atuam contra a vida no planeta.