Artur lembrou que Marielle se uniu ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) depois de sua melhor amiga ter sido assassinada por uma bala perdida do narcotráfico, e decidiu se engajar na política para lutar pelos direitos das minorias.
Seu trabalho nas favelas se centrava nas comunidades negras, principalmente nos jovens, por quem era muito querida.
“Há um tempo tive a oportunidade de me cruzar com Marielle no Rio de Janeiro. Era uma persona muito consciente de sua luta, muito segura e com um discurso muito firme de denúncia à violência institucional da polícia carioca”.
Para Artur, sua execução obedece ao “desgoverno” que impera no Brasil.
“Combater a violência com mais violência, usando da intervenção militar, é incentivar ainda mais este tipo de desordem. Violência se combate com investimentos em políticas sociais, educação, saúde, e moradia digna”, disse.
Na quinta, 15 de março, a CNTA organizou um ato na praça central do município de Limeira em memória à Marielle e ao seu motorista, Anderson Gomes, morto neste mesmo ataque.
“Fizemos este ato para dizer a estes criminosos que não temos medo de vocês. Nós pedimos a todos e a todas que intensifiquemos a nossa luta, porque é hora de enfrentarmos o medo.
Se nos calamos diante deste tipo de atos, muitos mais serão assassinados”, disse ao render sua homenagem a ambos e ao expressar sua solidariedade às famílias.
“Temos que fazer com que nossa voz seja escutada - afirmou Artur - que sejamos um eco da voz de Marielle na denúncia contra a violência, contra a política perversa deste governo.
Devemos trocar essas pessoas que estão no poder agora, porque elas não se importam com o que acontece com o povo”.
O presidente de CNTA, e membro do Comitê Executivo Mundial da UITA, se uniu à esta luta para que o caso da Marielle Franco seja investigado com rigor pela Polícia Federal, não pela Polícia do Rio, e de forma imediata.