As falas do deputado agridem as mulheres ucranianas, menosprezando e expondo todo machismo que enfrentamos cotidianamente.
Não aceitamos esse tipo de agressão contra nós, mulheres, principalmente aquelas que estão em situações vulneráveis no contexto de guerra e de dor.
Esta atitude repugnante e asquerosa feita pelo deputado só mostra que, cotidianamente, as agressões sofridas contra as mulheres permanecem, o que nos envergonha ainda mais como mulheres e, no contexto evidenciado, como nação.
O machismo é algo tão enraizado em nossa sociedade que constantemente somos expostas a ideias e a palavras que parecem banais e nem sempre são explicitamente agressivas, mas trazem como pano de fundo uma violência estrutural.
Considerando o momento de guerra em que a Ucrânia está passando, principalmente as mulheres e as crianças refugiadas que sofrem, é inadmissível ver um parlamentar tecendo comentários de cunho sexual, objetificando mulheres de forma absurdamente desrespeitosa.
Comentários como esse se aproximam a diversos tipos de crime, como o de assédio sexual, definido no artigo 216-A do código penal brasileiro. A legislação caracteriza como o ato de “constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função. Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.’’
Com isso colocado, repudiamos a atitude do parlamentar e exigimos a imediata transparência do uso do dinheiro utilizado na viagem bem como a cassação do seu mandato.
Salvador, 8 de março de 2022
Direção da Contac-CUT