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A Felatran em tempos de coronavírus

Fazendo a distância um vínculo
Foto: Gerardo Iglesias | Rel UITA

Há alguns anos, após uma exposição motivadora de Melquíades de Araújo, ex-presidente da Federação dos Trabalhadores das Indústrias da Alimentação de São Paulo, comentei:

-Estou surpreso com sua atitude e como você mudou.

Sem pensar duas vezes, Melquíades respondeu com energia e carinho:

Eu não mudei, quem mudou foi a UITA!

Melquiades referia-se à nova modalidade organizacional que o Regional havia adotado para agrupar as organizações de um mesmo setor industrial ou representativas de uma mesma empresa transnacional.

Essas estruturas foram aprovadas por unanimidade no âmbito da XIII Conferência Regional Latino-Americana da UITA (Santo Domingo, República Dominicana, 2006).

Na XIV Conferência (Mar del Plata, Argentina, 2011), Melquíades de Araújo, que se tornou presidente da Federação Latino-Americana dos Trabalhadores da Nestlé (Felatran), consegue que Enrique Rueda, gerente corporativo das Relações de Trabalho da transnacional, participe dela. Era a primeira vez que a transnacional participava de uma atividade da nossa Internacional.

O Comitê Executivo da Felatran se reuniu em São Paulo (7 e 8 de outubro de 2013), e a partir desse momento a organização foi tomando forma e crescendo em incidência política perante a transnacional.

Agora, toda vez que a casa matriz da Nestlé na Suíça realiza uma reunião com a UITA, Antonio Vitor, atual presidente da federação, é quem representa toda a América Latina.

A Felatran superando a quarentena

Em 26 de março, foi criado um grupo de WhatsApp da Felatran. Todas as nossas afiliadas estão participando deste espaço, exceto a do Brasil por uma questão idiomática.

Diariamente, chegam de cada centro de produção relatórios, perguntas, notícias, e várias informações do dia-a-dia, relativas a como os sindicatos estão lidando com os múltiplos dilemas gerados pela pandemia.

Agora é a vez do Brasil¸ para saber o que está acontecendo na transnacional Nestlé lá, e quais ações estão sendo tomadas pelos sindicatos atualmente, diante desses novos desafios.

Na conjuntura atual, quando se fala muito em reformular e refazer a ação sindical, percebemos que aqueles passos dados há vários anos nos permitem hoje nos abraçar à distância e continuar lutando juntos.

Os tempos que virão serão duros e haverá principalmente muita incerteza, mais ainda do que «antes do coronavírus», porém há um ponto do qual não podemos nunca duvidar: de que em qualquer circunstância, a luta por um mundo melhor continuará.

E lá estaremos nós.