"A Nestlé não moveu um ponto de sua proposta inicial e, desde que a fase de mediação foi organizada por meio da negociação tripartite, a empresa mantém sua postura rígida e até arrogante conosco", disse para A Rel Blas de Mir Pidal, presidente do Sindicato Nº2 de Graneros.
O dirigente, que tem participado das negociações, expressou sua descrença na posição tomada pela transnacional suíça no Chile.
"Hoje entregamos para as nossas bases a última proposta da empresa que, obviamente, foi rejeitada, e por isso estamos entrando em greve", disse ele.
Em reunião marcada para hoje, às 13 horas, no Chile, com os advogados mediadores e com o sindicato, a empresa mostrou mais uma vez seu desprezo por esses processos de negociação.
"A mediação não durou nem 5 minutos. Nós realmente não entendemos qual é a política da Nestlé neste caso, essa rigidez inabalável. Não entendemos o que a empresa pretende", questiona Blas.
Segundo o sindicalista, a empresa não está percebendo os maiores danos à imagem corporativa que está causando sua conduta no país transandino e também no Equador.
"A empresa – acrescentou - quer que aceitemos o que ela impõe sem sequer uma margem para negociação.
Argumenta que já assinou contratos com as outras organizações (pelegos) e que quer que todos tenham as mesmas condições, mas as fábricas em Graneros e Los Angeles são grandes e podem oferecer melhores condições aos seus trabalhadores e trabalhadoras."
Por outro lado, a Nestlé Chile não entende que esse processo de negociação seja regulado pelo direito trabalhista local, o que a empresa ignora.
"Agradecemos o apoio das organizações irmãs na América Latina. Tudo o que puder ser feito para que a matriz da Nestlé na Suíça seja informada sobre o confronto que estão travando aqui com os sindicatos será muito importante, para isso contamos com o apoio incondicional da Felatran e da UITA", concluiu.