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Seminário Nacional desafios de quem nunca parou de trabalhar
por produzir alimentos para o Brasil e para o Mundo

“Ninguém sozinho se salvará”

Participação da Rel UITA
Imagem: Luis Henrique Paraiba

“Como já analisado neste seminário, estamos entrando definitivamente em um período histórico nefasto para a humanidade e para a sobrevivência do planeta.

O ataque conservador carece de ética e, portanto, desconhece limites.

Infelizmente, várias manifestações políticas, intoxicadas pelo ódio contra os migrantes, pela discriminação racial, de gênero e pelo ataque aos direitos humanos, vêm ganhando cada vez mais o apoio da população, no mundo inteiro.

O estado de bem-estar é, a esta altura, um anacronismo.

As elites imperialistas só estão interessadas no bem-estar das transnacionais e do sistema financeiro, mesmo que para isso milhões de pessoas sejam sacrificadas no matadouro universal do capitalismo.

A situação no Brasil

Atualmente, o governo de Jair Bolsonaro –tragicômico, autoritário, antipopular– coloca os direitos e o livre arbítrio das empresas acima dos direitos e liberdade dos indivíduos.

O lema é tratar bem o capital, o resto não importa, não interessa, não é responsabilidade da administração pública.

Todas as reformas que foram aprovadas, ou estão em processo de aprovação, buscam beneficiar uma elite composta pelo setor financeiro, pelo agronegócio e pelo capital transnacional, em detrimento do povo, que merece viver com dignidade e com a certeza de um futuro melhor.

Trata-se de um governo alinhado à lógica do pensamento neoliberal, que acredita em que a pobreza se combate aumentando a precariedade no trabalho, os empregos porcaria, e o desmonte generalizado dos direitos.

Nossos desafios

O movimento operário deve se redescobrir, resgatando a sua missão histórica de transformar a sociedade, de construir uma democracia sobre novas bases.

Se isso não acontecer, se não conseguirmos nos reinventar, o saqueio, a violência e a depredação ambiental não terão fronteiras nem vozes dissidentes.

O pior não é a falta de recursos, é a falta de ideias, a falta de ousadia.

Devemos reformular estratégias, encontrar novos caminhos, promover parcerias com outras organizações e movimentos, como os ambientais, feministas, de direitos humanos, LGBTI, povos indígenas, para irmos ao encontro de uma plataforma mais ampla, de maior calibre político.

Como disse o sociólogo Ricardo Antunes, “temos que redimensionar e radicalizar a luta, somar novos desafios em nossa agenda”, ser mais, para fazer mais.

O companheiro Aristides Santos, presidente da CONTAG, enfatizou: “ninguém sozinho se salvará”. Quanta razão ele têm.

Nesse sentido, nós da Rel UITA estamos desenhando uma estratégia para acumular forças ao lado das confederações CNTA, CONTAG, CONTAC e CONTAR.

A ideia é criar um Foro das Organizações Sindicais da Agroindústria no Brasil.

Nada nos impede de fazer isso”.