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Com o procurador Sandro Sardá

«Um passo importante nesta luta»

“A campanha apoiada pela UITA foi fundamental para garantir que as mudanças nas pausas térmicas no setor frigorífico não fossem aprovadas”, disse hoje à Rel o procurador do Ministério do Trabalho, Sandro Sardá.
Procurador Sandro Sardá | Foto: Roberto Ruiz

Nesta terça-feira, 9, foi votada na Câmara dos Deputados uma emenda à Medida Provisória 927 que limitava as pausas de 20 minutos a cada 1h40min de trabalho para apenas os setores com temperaturas inferiores a 4ºC.

Atualmente, a CLT brasileira garante essas pausas para todos os trabalhadores e trabalhadoras que atuarem em setores com temperaturas entre 10 e 15ºC, o que já é para os especialistas bastante prejudicial à saúde.

Diante do receio de essa emenda ser aprovada, o MPT e as Confederações dos Trabalhadores da Indústria da Alimentação (CNTA e CONTAC/CUT) acionaram a UITA, que rapidamente aderiu à campanha iniciada por essas organizações em parceria com a Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT) e com a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (ANAMATRA).

«A UITA desempenhou um papel decisivo e de protagonismo na luta que estamos travando em conjunto com o MPT. Aliás, esta não é uma parceria de agora, mas sim de muitos anos.

Aqui permanecemos unidos na defesa dos direitos, que não são apenas trabalhistas, mas direitos humanos básicos», disse Sardá.

E acrescentou: “Estou muito agradecido pela resposta rápida ao nosso pedido de colaboração e pela excelente campanha gráfica, bem como pela carta enviada ao deputado Rodrigo Maia, presidente da Câmara de Deputados, e ao restante da bancada. Sem dúvidas, tudo isso teve um impacto na decisão dos deputados em retirar essa emenda.»

Sardá ressalta que esta é uma primeira vitória, mas não definitiva, já que pelo menos três novos projetos de lei com conteúdo idêntico estão em tramitação.

«Essa conquista foi muito importante e certamente nos dá uma pausa para podermos nos organizar melhor sobre o que está por vir. A partir de agora temos que pensar em como acompanhar essa campanha para que todo um trabalho que nos levou anos não seja varrido em questão de minutos», concluiu o procurador.