Depois de anos de intensos ataques, inclusive do Governo Federal, o Movimento Sindical mostra seu valor nestes tempos de Covid-19.
É de conhecimento geral que o Primeiro de Maio é celebrado em boa parte do mundo como o Dia do Trabalhador por causa das manifestações de trabalhadores em Chicago, em 1886, reivindicando redução da jornada de trabalho de 13 para 8 horas diárias, que culminaram em uma greve geral nos EUA.
Foi o início da organização de trabalhadores pelos seus direitos e condições; luta que fez com que as 8 horas de trabalho diárias fossem adotadas em todo o mundo, em 1919. No Brasil, o Dia do Trabalhador foi reconhecido apenas em 1925. Cinco anos depois, nascia o Ministério do Trabalho e, no ano seguinte, o reconhecimento das entidades de representação por categorias patronais e operárias.
A luta pela proteção, auxílio, amparo e direitos dos trabalhadores pelos sindicatos só cresceu e obteve conquistas ao longo de sua bela e sofrida história. Ao lado dos trabalhadores em todos os momentos, os sindicatos tiveram altos e baixos em sua história, mas conquistaram seu espaço nas últimas décadas e, claro, incomodaram os donos do poder, os donos do capital.
Campanhas e ataques intensos contra o movimento sindical vieram a reboque, até que ocorreu a Reforma Trabalhista durante o governo Temer, que quase inviabilizou o movimento sindical; além de diversas outras estratégias de enfraquecimento durante o governo Bolsonaro.
Aproveitaram a crise política para tentar desproteger e fragilizar ainda mais os sindicatos e, por consequência, os trabalhadores.
Até que tivemos a crise do coronavírus e a economia mundial sofreu um duro golpe. O isolamento e a necessidade da manutenção de serviços essenciais fizeram com que os sindicatos tivessem que se impor como voz e liderança dos trabalhadores.
Negociações, estratégias, mecanismos de salvaguarda e proteção para trabalhadores, garantias de manutenção de emprego e renda, criatividade para lidar com a nova e terrível realidade – os sindicatos alçaram mão de tudo para que o elo mais frágil e mais importante da sociedade, os trabalhadores, não pagasse o preço mais alto pela pandemia do Covid-19.
O movimento sindical está mais vivo que nunca – e trabalhando arduamente, com o apoio dos trabalhadores, buscando sempre a justiça social. Se por um lado, o momento é difícil e doloroso, há motivo para comemorar: a crise sanitária serviu para mostrar claramente para todos aqueles que ainda não sabiam que não há economia sem o trabalhador – e a proteção do trabalhador é o seu sindicato.
O Movimento Sindical quer dar um VIVA para todos os trabalhadores e dizer que estamos juntos neste momento. Este Primeiro de Maio, Dia Internacional do Trabalhador, é um dia para consertar um velho dito popular: não é o trabalho que dignifica o homem é o homem que dignifica o trabalho.