Naquele 4 de março de 2019, eles foram trabalhar como todos os dias. O grande portão metálico fechado por um cadeado impediu o acesso à terminal de operações portuárias da Chiquita Brands em Limón, uma das províncias mais castigadas pela pobreza e pelo desemprego na Costa Rica. Não houve aviso prévio, não consideraram o Sindicato, nem a Convenção Coletiva.
Na decisão, e na forma como foi adotada, estiveram ausentes tanto as normativas nacionais como as internacionais e, por outro lado, a Chiquita Brands violou a Convenção-Quadro assinada com a UITA e a Colsiba.
No total, 180 trabalhadores e trabalhadoras foram demitidos pelo WhatsApp. O texto da breve comunicação termina com uma linha cínica e perversa: "Obrigado pela sua compreensão".
Enquanto a Chiquita Brands gasta milhões em marketing para as suas bananas imaculadas, ela alimenta uma metástase antioperária que admite apenas trabalhadores terceirizados, sem sindicato, sem Convênio Coletivo, sem direitos e com baixos salários, como aqueles que estão agora trabalhando em Limón.
Chiquita Brands é para responsabilidade social empresarial o que o coronavírus é para a saúde humana: uma praga.