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Com Jair Krischke
Diante da libertação de Ricardo Baltodano

“Comemoramos esta notícia, mas também exigimos liberdade e justiça para todos”

Na terça-feira, 11 de junho, a polícia da Nicarágua libertou Ricardo Baltodano, preso desde 16 de setembro de 2018, nos cárceres do regime Ortega-Murillo.

Ricardo é professor e militante social, tendo sido detido e preso quando voltava de uma manifestação pela liberdade de mais de 200 presos políticos, enquadrados na “lei antiterrorista” aprovada no ano passado.

O Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH), conjuntamente com a Rel UITA, posicionou-se em seu momento contra esta violência.

Jair Krischke, presidente do MJDH, disse estar satisfeito com a notícia, porém enfatizou a necessidade de que todos os presos/as políticos/as sejam libertados e os desaparecidos encontrados.

“Comemoramos esta libertação, porque sua prisão foi completamente injusta, feita por um governo que apesar de democraticamente eleito, atua de forma autoritária”, afirmou.

Krischke lembrou a frase dita por Mónica Baltodano, ex comandante guerrilheira sandinista e irmã de Ricardo: “há 89 pessoas que não aparecem nem entre os que permanecem presos, nem entre os liberados. Exigimos saber onde estão”.

O ativista indicou o silêncio cúmplice que rodeia a situação vivida na Nicarágua. Ninguém fala destas questões, já não está na agenda, ainda que a OEA tenha dado prazo até 18 de junho para a liberação dos detidos/as políticos/as.

“Esta Lei de Anistia do governo de Ortega-Murillo, que permitiu a libertação de Ricardo, de fato, é uma lei que anistia o governo, uma lei da impunidade, muito conhecida por nós do Cone Sul, já que também propõe deixar impunes os integrantes das forças repressivas. Estão se protegendo de serem julgados por crimes de lesa humanidade”. 

“Houve mortes durante todo o processo repressivo, há registros de mais de 500 mortos e milhares de pessoas exiladas. Isso ficará impune?”, perguntou Jair.