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Rel-UITA em Honduras

Um farol na tempestade

E hoje, outra vez, Honduras resiste a se submeter ao destino que lhe foi condenado pelos Estados Unidos, em aliança com um bando de criminosos cívicos-militares, que não conseguiriam se sustentar no poder sozinhos nunca.

Como permanecer indiferente diante das imagens do valente povo hondurenho enfrentando nas ruas, com seus próprios corpos como escudo, esses golpistas canalhas.

Um setor importante dos grandes meios de comunicação prefere ignorar esta realidade, como antes fizeram com a deposição do então presidente Manuel Zelaya. Outra parte da mídia participa do golpe diretamente, mentindo, criminalizando, difundindo o terror na população indignada.

Para uma parte do mundo, Honduras é um pequeno país situado em algum lugar indeterminado do mapa difuso da América Central. A Europa, seus governos, sua diplomacia, fazem vista grossa. Não querem gerar inimizades com o poderoso amo do norte por “tão pouca coisa”.

Fora dessa neblina fétida de uma moral imunda, a Rel-UITA é novamente um farol na tempestade. É neste momento, como em tantas outras vezes e em tantas outras lutas, um dos escassos meios de comunicação a partir do qual podemos obter informação fidedigna, atualizada, contextualizada, inteligente e valente.

Eu posso dizer isso sem rodeios, porque já não me cabem as regras do jogo. Aposentei-as.

Destaco o formidável e comprometido trabalho jornalístico de meu apreciado colega Giorgio Trucchi, sempre presente onde há fogo, e sempre do lado correto da História, bem como o destacável trabalho de todos e todas que fazem parte da equipe da Rel-UITA em Montevidéu.

Estive em ambos os extremos da informação e sei de toda a boa vontade, a boa técnica, o carinho e o respeito recebidos pelo material “quente” que chega ao escritório, sendo difundido na página web e nas redes sociais.

Leio habitualmente muitos jornais e páginas webs latino-americanos de outros países. Até onde sei, a Rel-UITA é um dos poucos meios com um correspondente internacional destacado em Honduras, em intenso contato com o povo que, em sua luta pelo futuro, arrisca a própria vida.

Estas breves linhas são para parabenizar a todos vocês, agradecer o grande esforço e lhes dizer uma vez mais que agora, como antes e como sempre, vale a pena!