Na semana passada, em reunião da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, representantes deste grupo pressionaram o governo a intensificar, ainda mais, o avanço da Reforma Trabalhista sobre os direitos.
Reduzir salários, dividir os prejuízos das operações com os trabalhadores, e terceirizar sem regras, estavam entre as demandas frustradas dos ianques.
Aos observadores menos atentos, tal manifestação seria uma ruptura com os criadores da Reforma: a elite empresarial brasileira, e suas entidades representativas.
Mas se os mais afoitos fariam a defesa dos nossos industriais, alçados à falsa condição de heróis dos trabalhadores, uma visão mais atenta é preciso. A questão é que o cerne da reforma, independente de não reduzir salários ou terceirizar sem quarentena, permanece o mesmo.
A máquina desumana veio atropelar toda a estrutura do contrato de trabalho, fragilizando as únicas entidades que pudessem fazer a defesa do trabalhador: os sindicatos.
Aliás, tais grupos estão ligados: grandes industriais brasileiros e financistas internacionais. Estes financistas sabem que o trabalhador brasileiro seguirá sendo um dos mais baratos do mundo, ainda mais com esta Reforma. Nossos investimentos e lucros estão garantidos, dizem.
Mas, para eles, ainda é importante buscar a Grande Mídia e mostrar os dentes, como fizeram na reportagem do jornal Folha de São Paulo, de 3 de outubro. Afinal, se os colonizados acharem que “lá fora é assim que se faz”, fica mais fácil o convencimento interno. “Podia ser pior. Time is Money. Façamos daqui uma grande Indonésia”, ameaçam.
Não está na hora de darmos um basta nesta turma? Não te incomoda que eles continuem com este jogo, enquanto retiram direitos dos nossos companheiros, conquistados há mais de 70 anos?
Destroçam as entidades sindicais de trabalhadores, enquanto mantém as patronais? Com ou sem Reforma Trabalhista, a luta continua. Permaneçamos mobilizados e adotemos uma postura de desobediência civil com relação à reforma!