Depois disso, a JBS adquiriu outras fábricas e marcas, e cresceu graças aos seus canais de distribuição com os mercados estrangeiros.
Pouco depois da compra da Swift Armour, a transnacional brasileira deu o grande salto e adquiriu a central da Swift nos Estados Unidos, a Swift Foods, também com o apoio do BNDES.
Simultaneamente, a JBS se espalhava por outros países latino-americanos produtores de carne, como o Uruguai e o Paraguai, também aterrissando na Austrália.
Foi assim que a JBS se transformou na maior empresa processadora de carnes do mundo, com uma capacidade de abate de mais de 47 mil cabeças por dia.
Na Argentina, chegou a possuir cinco fábricas, compradas a preço de ouro, “pagando 15 para a que valia 3, ou 27 para a que valia 6”, segundo conta Dardo Chiesa, presidente da CRA, uma entidade que luta contra os monopólios na indústria frigorífica.
“Avançaram alugando fábricas de processamento térmico de alimentos e de conservas para fechá-las”, denunciou Chiesa.
Hoje a JBS mantém a Swift, a Cabaña Las Lilas e uma usina processadora na província de Buenos Aires.
Todos os outros estabelecimentos adquiridos, a JBS foi fechando, um por um, deixando nas ruas centenas de trabalhadores, jogando na crise as cidades e os municípios onde estavam instalados.
Um dos estabelecimentos comprados pela JBS, o de Colonia Caroya, na província de Córdoba, foi fechado em 2010, com a dispensa de mais de 500 trabalhadores/as.
Em novembro passado, a Swift se desfez de outros 40 funcionários.
Os sucessivos fechamentos foram enfraquecendo a posição da indústria argentina nos mercados internacionais e fortalecendo a brasileira.
“Alguém neste bendito país, onde não existe a figura do arrependido, deveria estudar o comportamento desta empresa, uma matriz de corrupção, para ver se esta mesma matriz não se replicou na Argentina, se houve luz verde ou conivência com as autoridades nacionais, e assim buscar os mecanismos para que isto não se repita”, disse Chiesa.