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Nestlé Dominicana inicia represálias
Em Tegucigalpa,
República Dominicana
NESTLÉ
Com Rafael Serrano
Nestlé Dominicana inicia represálias
Transnacional suíça responde às reivindicações dos trabalhadores com demissões
 20140522 rafael serrano-610
Foto: Giorgio Trucchi
Ontem, quarta-feira (21), a Nestlé Dominicana decidiu cancelar o contrato de trabalho de Luis Meregildo, ex-secretário da Central de Reclamações e Conflitos do Sintranestlesf e atual presidente de vigilância da Cooperativa dos Trabalhadores. Para os sindicatos da Nestlé, essas demissões são uma represália da empresa diante das reivindicações feitas pelos trabalhadores.
Há algumas semanas o Sindicato dos Trabalhadores da Nestlé de San Francisco de Macorís (Sintranestlesf) e o Sindicato dos Trabalhadores da Nestlé de San Cristóbal (Sitranestlé-San Cristóbal) vêm denunciando a Nestlé Dominicana SA por se negar a pagar a PLR aos seus trabalhadores, como estabelece o artigo 223 da legislação trabalhista dominicana.
 
A transnacional, que alega ter finalizado o ano fiscal de 2013 no vermelho, propôs compensar a perda dessa bonificação com a concessão de empréstimos sem juros aos trabalhadores. Esta solução foi categoricamente rejeitada pelos dois sindicatos.
 
A falta de disposição para o diálogo, demonstrada pela empresa, obrigou as organizações sindicais a exigir que a Nestlé Dominicana entregasse os livros de contabilidade, como estabelece o Código do Trabalho do país.
 
“Esta represália contra o companheiro Luis Meregildo não é mais do que a resposta agressiva da patronal às exigências feitas pelos trabalhadores”, disse a A Rel, Rafael Serrano, ex-secretário geral e atual secretário de Educação Operária do Sintranestlesf.
 
Segundo ele, Meregildo na quarta-feira (21) sofreu assédio moral, sendo perseguido o dia inteiro por um de seus supervisores. Finalmente, a empresa decidiu “desconsiderá-lo” (*) alegando um suposto “desacato” ao seu supervisor.
 
É totalmente irregular o que estão fazendo. Isto demonstra que se trata de um plano para nos agredir e uma provocação por parte da empresa”, afirmou Serrano.
 
Diante desta situação, os dois sindicatos decidiram se mobilizar conjuntamente e protestar em frente às duas fábricas da Nestlé na República Dominicana.
 
“Foram mobilizações de multidões em defesa de nossos direitos e em apoio ao companheiro demitido sem justa causa. Exigimos que nos paguem as bonificações e que devolvam ao nosso companheiro o seu emprego”, sentenciou o dirigente sindical.
 
Nas próximas horas, os dois sindicatos se reunirão com as outras organizações sindicais, sociais e populares, para avaliar a magnitude do conflito que se desencadeou na Nestlé, bem como para coordenar futuras ações.
 
“Os dois sindicatos da Nestlé Dominicana vão trabalhar de maneira conjunta, com reuniões permanentes.
 
Contamos com o apoio inabalável da UITA e da Felatran, e aproveitamos para pedir que permaneçam especialmente atentas nestes próximos dias, aguardando o que possa vir a acontecer”, concluiu Serrano.
  
Rel-UITA
23 de maio de 2014
 
Nota do tradutor
(*) No original estava “desahuicialo”, que vem de “desahucio”, termo empregado quando a figura jurídica da legislação trabalhista dominicana permite ao empregador rescindir o contrato do seu empregado, sem precisar de nenhuma justificativa, isto é, é uma demissão sem justa causa. Traduzimos por “desconsiderá-lo” do verbo “desconsiderar” porque “desahuciar” vem da palavra em latim fiduciare, cuja raíz é fidere (ter confiança, fiar), o que significa dar confiança, dar aval, garantir. “Desahuciar” é, pois, quitar toda a confiança e, neste caso, desconsiderar a pessoa para o cargo que ocupa, porque não é mais confiável.
 
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