Com Jair Krischke
O mais importante na eleição de domingo, 30 de outubro, foram os brasileiros terem conseguido destituir Jair Bolsonaro da presidência. Entretanto, esse é um país para reconstruir, disse Jair Krischke, presidente do Movimento Justiça e Direitos Humanos (MJDH) à Rel.
Daniel Gatti
04 | 11 | 2022
Jair Krischke | Foto: Gerardo Iglesias
“De qualquer forma, é muito preocupante que existam tantos fascistas, especialmente considerando que durante quatro anos esse homem impôs um enorme número de tragédias, desde a gestão da pandemia até o desastre ambiental, passando pelo isolamento internacional do país”, disse Krischke, que também é assessor da Rel UITA em direitos humanos.
"Esse é um fenômeno que deve ser estudado"”, acrescentou.
Krischke destacou que, nesta quarta-feira, milhares de bolsonaristas saíram às ruas de grandes cidades brasileiras exigindo uma intervenção militar para anular as eleições e dissolver o STF. "Eles estavam pedindo pura e simplismente um golpe de Estado."
Houve manifestações em frente a importantes quartéis, como o do Rio de Janeiro, o de Brasília e o de Porto Alegre, onde fica a sede do Comando Militar do Sul, o mais relevante do país.
Em São Miguel do Oeste, no interior de Santa Catarina, muitas pessoas se manifestaram levantando o braço direito, um típico gesto nazista, enquanto cantavam o hino nacional.
O veterano militante humanitário Krischke contou que “Todas essas pessoas apoiam os caminhoneiros que estão bloqueando as estradas em vários pontos do Brasil desde a noite de domingo, com a explícita benevolência e até mesmo certo incentivo do chefe da Polícia Rodoviária Federal, também manifestadamente bolsonarista”.
“São fascistas, são muitos e assusta”.
“Agora temos que começar a trabalhar para devolver o Brasil à civilização. A vitória de domingo foi contra a barbárie. O governo terá muito o que fazer: reorganizar o país, colocar de pé uma economia destroçada e afetada por um desemprego gigantesco, reinserir o país no cenário internacional”, disse Krischke.
“Com certeza, quatro anos não serão suficientes”.