Brasil | SINDICATOS | DIREITOS

CNTA e CONTAC no combate à MP 1045

Uma vitória de todos

Ambas as confederações são filiadas à UITA e representam mais de um milhão e meio de trabalhadores e trabalhadoras do setor de alimentação. Na última terça-feira, 31 de agosto, expressaram publicamente seu repúdio à iniciativa do Poder Executivo Federal, que encaminhou ao Congresso a Medida Provisória 1045 (MP 1045/21), sendo nesta quarta-feira, 1º de setembro, finalmente rejeitada pelo Senado.
Imagem: Contac-Cut

“A CNTA, a CONTAC e a Rel IUF repudiam a atitude dos 304 deputados federais que aprovaram um texto com 94 dispositivos que retirariam ainda mais direitos trabalhistas, tornando as condições de trabalho bem mais precárias e gerando insegurança jurídica”, disse Artur Bueno de Camargo, presidente da CNTA poucas horas antes de a Câmara de Senadores rejeitar totalmente a MP 1045/21.

Por 47 votos a 27, o Senado selou uma derrota com muitas consequências para o governo de Jair Bolsonaro, já que o MP promoveria uma nova reforma da legislação trabalhista, obviamente desfavorável para a classe trabalhadora.

A rejeição à proposta, que será arquivada, impede uma série de mudanças na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), impede restrições ao acesso à justiça gratuita e também impede a promoção da precariedade extrema por meio da criação de programas de incentivo à inserção de jovens no mercado de trabalho.

Esse revés também abriu um intenso confronto entre o Senado e a Câmara dos Deputados, disparando os alarmes no governo.
Essa MP 1045 permitiria a exploração extrema, permitiria que as empresas contratassem por uma quantia ridícula (550 reais, cerca de 106 dólares) por mês, sem fundo de garantia, sem 13º salário, sem férias e sem direito à previdência social”, lembra Artur.

Após forte campanha das organizações sindicais junto ao Senado e com apoio irrestrito do senador Paulo Paim, na quarta-feira, 1º de setembro, a Câmara de Senadores rejeitou a Medida.

“Foi uma vitória de todo o movimento sindical organizado. Agradecemos à UITA Rel, ao senador Paim, que está sempre pronto para defender os direitos da classe trabalhadora, e aos trabalhadores e trabalhadoras que lutaram contra este novo ataque”, comemorou Artur.