Conforme o dirigente informou, o trabalhador José Eudes Ferreira da Rocha estava apenas higienizando o equipamento quando caiu dentro da máquina e faleceu devido aos ferimentos causados.
“O trabalhador estava limpando a máquina, estre as duas e as três da madrugada, uma tarefa que deveria ser realizada por duas pessoas, conforme informaram os companheiros do sindicato por ser um horário crítico ou mesmo pela complexidade da tarefa”.
Para Junior, as condições de trabalho dentro da indústria frigorífica são muito exigentes e isso piora com a falta de compromisso das empresas, como a JBS, que não investem na segurança nem na saúde de seus operários, apesar de não só possuir as condições financeiras para isto, como estar obrigada por lei a fazê-lo.
“A NR36 tem que ser aplicada. Esta é a norma que regula as condições de trabalho nesta indústria, uma norma conquistada após anos de luta, para garantir a segurança e a saúde do trabalhador em um setor que durante anos impôs ritmos de trabalho extenuantes, adoentando e matando milhares de trabalhadores e trabalhadoras neste país. A JBS insiste em burlar esta norma graças a seu afã pelo lucro”, lembrou Junior.
O dirigente destacou também que o movimento sindical não deixará essa morte passar como mais uma.
“Temos que exigir que seja feita uma investigação exaustiva do fato para que acidentes deste tipo não voltem a acontecer”, enfatizou.
A situação de crise no Brasil, com quase 15 milhões de desocupados, é um fator a mais para que os trabalhadores e as trabalhadoras terminem aceitando qualquer tipo de pressão sem chiar.
“O atual cenário, com uma reforma trabalhista que viola fragrantemente os convênios sobre saúde e segurança da OIT, propicia este tipo de casos”, disse Junior.
“Quando surge a possibilidade de uma jornada de trabalho de 12 horas em uma indústria tão exigente e violenta como é a frigorífica, estes acidentes fatais passarão a ser rotineiros. É terrível, mas a tendência é que isso ainda fique pior”, lamentou o dirigente.
O setor das carnes no Brasil lidera o ranking de acidentes de trabalho fatais, segundo dados do Ministério Público do Trabalho.