Com Maria dos Anjos Hellmeister, “Mariazinha”
Nossa companheira e ativa militante do Comitê Latino-americano de Mulheres da UITA (Clamu) “Mariazinha” assumiu interinamente a Secretaria da Mulher e Gênero da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST). Sobre este novo desafio conversamos com ela.
Amalia Antúnez
22 | 5 | 2024
Foto: CONTRATUH
“Este cargo estava inoperante porque a companheira que deveria estar aí desvinculou-se, e era um vazio que se sentia quando realizávamos as assembleias com outras centrais de trabalhadores”, lembrou Mariazinha.
A diretira, que é também secretaria da Mulher e Gênero da Confederação Nacional de Trabalhadores de Turismo e Hospitalidade (CONTRATUH), considerou imperativo voltar a ocupar este espaço.
“Eu propus ao companheiro Moacyr Tesch, ex-presidente da CONTRATUH, para convocar a uma reunião com o objetivo de começar um plano de reestruturação da Secretaria da Mulher e Gênero e fazer uma leitura do ponto de vista das companheiras que formam a NCST”, explicou.
Nessa reunião Mariazinha chamou as mulheres para participarem dos encontros e debates do Clamu, principalmente os referidos ao coletivo LGBTI.
“Na central não há nenhum espaço para este tipo de discussão. Eu não estou julgando ninguém —quero deixar isso claro—, mas se me derem a oportunidade vou trabalhar para tornar esse debate visível”, afirmou.
Mariazinha explicou que seu nome para este cargo, que ocupará até 2025, surgiu nessa mesma reunião.
“O meu será um mandato tampão, mas mesmo assim espero que possamos somar mais e mais companheiras e pessoas da comunidade LGBTI e que possamos continuar com as oficinas e cursos de formação sindical com perspectiva de gênero, principalmente para a prevenção e eliminação da violência e do assédio no mundo do trabalho”, salientou.
A nova secretária acrescentou que colocará o foco na mulher trabalhadora de todos os setores que abrange a NCST.
“No Brasil temos uma enorme dificuldade para que as mulheres tenham acesso a cargos sindicais relevantes, com raras exceções”, disse.
Assim como em outras partes de América Latina os cargos oferecidos às mulheres nas organizações sindicais são poucos, com frequência obtidos por cotas.
“Agradeço muito à deferência que a Rel UITA e o Clamu têm tido com nossas lutas. Costumo dizer que nosso sucesso se deve a termos amigos e amigas que nos torcem por nós sempre”, concluiu.