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Um passo decisivo pelo fortalecimento sindical

Trabalhadores comemoram aprovação do PL 3.361/2012 na Comissão de Trabalho da Câmara

Amalia Antúnez

7 | 11 | 2025


Foto: CONTAC CNTA

O movimento sindical brasileiro da alimentação celebrou nesta quinta-feira (6) uma importante vitória na Câmara dos Deputados. A Comissão de Trabalho aprovou o Projeto de Lei 3.361/2012, que tem como objetivo fortalecer a organização sindical no país e garantir o respeito às bases legítimas das entidades representativas dos trabalhadores.

Apresentado originalmente em 2012, o projeto propõe alterações na Lei 12.023/2009, que regula as atividades de movimentação de mercadorias, para impedir que sindicatos de categorias distintas invadam bases de representação já consolidadas, um problema que, segundo lideranças sindicais, vinha enfraquecendo a unidade dos trabalhadores e gerando disputas internas entre entidades.

Histórico e reivindicação do movimento sindical

O PL 3.361/2012 nasceu de uma demanda antiga das federações e confederações filiadas às centrais sindicais, especialmente da Confederação Nacional Democrática Brasileira dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação e Afins (CONTAC-CUT), e da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Alimentação e Afins (CNTA), ambas filiadas à Rel UITA que desde o início da tramitação tem mobilizado trabalhadores de todo o país pela sua aprovação.

Durante mais de uma década, o projeto ficou parado em comissões e enfrentou resistência de setores patronais e de entidades que se beneficiavam da sobreposição de representações. A pressão aumentou em 2024 e 2025, quando a CONTAC, a CNTA, e outras centrais reforçaram a mobilização em Brasília, organizando caravanas, audiências e encontros com parlamentares.

De acordo com o presidente da CONTAC, Josimar Cecchin, a aprovação representa “a vitória da unidade, da luta coletiva e da presença constante das trabalhadoras e trabalhadores organizados em defesa de seus direitos”.

Cecchin ressaltou ainda que “a luta contra a fragmentação sindical é fundamental para preservar a legitimidade das entidades que realmente representam as categorias de base”.

Mobilização nacional e pressão nas bases

Nas últimas semanas, centenas de dirigentes sindicais estiveram em Brasília acompanhando as discussões da Comissão de Trabalho. Representantes da CONTAC, CNTA e diversas federações estaduais percorreram gabinetes e participaram de reuniões técnicas com deputados federais, defendendo que o projeto é essencial para fortalecer o sindicalismo livre, autônomo e representativo.

O movimento sindical argumenta que a falta de clareza na legislação atual permite a atuação de “pseudo-sindicatos”, entidades criadas sem representatividade real, que acabam prejudicando negociações coletivas e enfraquecendo categorias consolidadas.

Segundo as centrais, a aprovação do PL 3.361/2012 é uma resposta concreta à necessidade de garantir segurança jurídica e legitimidade na representação sindical, além de valorizar o papel das negociações coletivas e da luta unificada dos trabalhadores.

Artur Bueno Júnior, vice-presidente da CNTA, presente em Brasília a aprovação deste PL “significa um avanço histórico na consolidação de um sindicalismo mais forte, unido e protegido contra práticas que ameaçam a sua autonomia”.

Próximos passos na Câmara

Após a aprovação na Comissão de Trabalho, o PL 3.361/2012 segue agora para análise da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), última etapa antes de seguir ao Senado Federal, caso não haja recurso para votação em plenário.

As entidades sindicais prometem manter a mobilização e acompanhar cada fase da tramitação. A expectativa é que a aprovação na CCJ ocorra ainda em 2025, consolidando um marco na defesa da estrutura sindical brasileira.

Segundo Cecchin e Bueno Júnior, essa conquista mostra que o movimento sindical continua vivo, combativo e essencial na construção da democracia e da justiça social, mas a luta não acaba aqui.

“Continuaremos mobilizados para que para que o projeto seja aprovado em todas as instâncias e se transforme em lei”, afirmam.