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McDonald’s na mira do Parlamento Europeu

UITA aumenta a aposta por trabalho decente e livre de assédio

Homofobia, sexismo, insultos e ataques. Convidadas pelas eurodeputadas Maria Noichl e Manon Aubry, quatro ex-funcionárias do McDonald’s do Brasil, França e Estados Unidos relataram o assédio que sofreram.

Amalia Antúnez

13 | 09 | 2022


Sue Longley | Foto: IUF/Kristjan Bragason

A secretária-geral da UITA, Sue Longley, participou de uma audiência realizada nesta quarta-feira, 7, onde estas trabalhadoras relataram suas histórias de assédio sexual e trabalhista no McDonald’s, uma das principais redes de fast food, que possui milhares de franquias em todo o mundo. mundo.

Em 2020, a mídia independente francesa, o portal Médiapart e o site de informações urbanas Street Press, apresentaram os resultados de uma investigação de meses durante a qual entrevistaram dezenas de trabalhadores e trabalhadoras do McDonald’s após tomar conhecimento de denúncias feitas por um grupo de trabalhadores da rede de restaurantes na França.

Encontraram de tudo: racismo, homofobia, xenofobia, assédio sexual, ameaças, demissões arbitrárias e um sistema de gestão ditatorial que garante impunidade aos denunciados..

Em maio do mesmo ano, a EFFAT, a UITA e o Sindicato Internacional de Funcionários de Serviços (Estados Unidos e Canadá) apresentaram uma queixa de assédio sexual sistemático nos restaurantes da McDonald’s de todo o mundo perante a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

O processo expõe as falhas da administração global do McDonald’s na hora de lidar com o assédio sexual e a violência de gênero em seus restaurantes na Austrália, Brasil, Chile, Colômbia, França, Reino Unido e Estados Unidos, entre outros países.

Também detalha um padrão de assédio sexual e de violência de gênero, ocorridos por meio de comentários lascivos a agressões físicas, perante a indiferença da empresa, que não toma medidas efetivas para remediar ou frear essas agressões.

«Apresentamos ao McDonald’s centenas de casos de assédio sexual, mas a resposta deles, vergonhosamente, foi fechar a porta para nós«, disse Sue Longley, na audiência realizada no Parlamento Europeu, que mostrou ao mundo a grave situação enfrentada por milhares de trabalhadoras e trabalhadores de suas filiais no mundo.

«Aqueles que trabalham no McDonald’s já haviam dado o alarme sobre o assédio sexual e a violência baseada de gênero por anos, mas a transnacional ainda não tomou as medidas necessárias para resolver o problema», insistiu Sue.


Foto: IUF/Kristjan Bragason