Maior empregadora privada do país, a companhia foi condenada a uma multa de R$ 10,3 bilhões pelo Ministério Público Federal num acordo de leniência que estabelece quase 50 áreas para aplicação desse valor. Nenhuma delas relacionada aos postos de trabalho.
Para ampliar a pressão sobre o Estado em defesa dos trabalhadores da indústria alimentícia, a Confederação Brasileira Democrática dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação da CUT (Contac) promoveu atos nos dias 17 e 18 de outubro em Campo Grande (MS) e Brasília.
Segundo o presidente da entidade, Siderlei de Oliveira, o objetivo é apontar que a punição deve ser aos corruptores e não aos trabalhadores. Ele defende a nomeação de um interventor ou mesmo a negociação da empresa com a inclusão de cláusulas de manutenção dos empregos.
Conforme lembra, além da vida de milhares de famílias, está em jogo o investimento de recursos públicos da Caixa Econômica Federal e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), órgãos que detêm juntos 27% das ações da empresa.
“As medidas tomadas pelo Ministério Público inviabilizam o funcionamento das plantas e colocam em riscos os empregos. Por que não deixam as fábricas em garantia, sem paralisar, sem impedir que funcionem?
Não podemos esquecer que estão instaladas em pequenas cidades e em casa de suspensão, criarão caos nesses municípios e em todas as regiões”, disse.
O objetivo fundamental dos ato, explica o presidente da Contac, é impedir que as autoridades paralisem a produção da empresa.