Segundo Wagner, a partir de 2018, quando a francesa Lactalis adquiriu a área de lácteos da BRF, passou a ser prática comum negociar salários abaixo da inflação.
"Os sindicatos vêm resistindo a esse ataque da Lactalis Brasil, mas em 2021, a BRF também aderiu à mesma prática", denunciou.
A transnacional, que tem obtido enormes lucros, chegou a propor a seus trabalhadores que as negociações coletivas, pautadas para novembro passado, fossem adiadas para fevereiro deste ano.
Os sindicatos nucleados na Federação dos Trabalhadores da Alimentação do Paraná não aceitaram o atraso e exigem que a empresa reajuste os salários pelo menos com base na inflação passada, e que as negociações por melhores condições de trabalho sejam feitas de boa-fé pela empresa.
“Temos o apoio da FTIA e da CNTA”, disse Wagner.
A presidenta do Sindicato da Alimentação de Francisco Beltrão, Leonete dos Santos, reclamou que com a BRF “todo ano é a mesma novela”.
De acordo com o que ela disse à mídia local, a gigante produtora de carnes começa primeiro atrasando as negociações, para depois fazer propostas que nem chegam a ser uma reposição salarial, estando, ainda por cima, desatualizadas.
"Estamos em fevereiro e ainda não temos uma proposta concreta e justa para os trabalhadores e trabalhadoras, não só porque o reajuste é mínimo, mas também porque não inclui dezembro nem janeiro, e isso já significa um prejuízo para os trabalhadores", afirmou.