Com Geni Dalla Rosa
Primeiro Encontro de Mulheres, Negritude e Diversidade
O Primeiro Encontro Nacional de Mulheres, Negritude e Diversidade, realizado em Serafina Corrêa entre os dias 9 e 10 de setembro, reuniu dezenas de trabalhadores, trabalhadoras e dirigentes sindicais da região com o objetivo de discutir a realidade das mulheres negras e do coletivo LGBTI no mundo do trabalho e no movimento sindical.
Amalia Antúnez
15 | 09 | 2022
Geni Dalla Rosa | Foto: Jaqueline Leite
Geni Dalla Rosa, Secretária de Comunicação da CONTAC e uma das organizadoras, disse para A Rel que o Encontro superou todas as expectativas.
“Estávamos cientes de que essa discussão tinha que acontecer, que era necessária, mas não tínhamos ideia da real dimensão que esse espaço teria”, começou dizendo Geni.
A CONTAC tem em sua base um grande número de trabalhadores e trabalhadoras pertencentes ao coletivo LGBTI, principalmente no setor de frigoríficos.
“O encontro contou com a presença de presidentes de sindicatos e de federações, e de trabalhadores LGBTI que pela primeira vez falaram sobre o assunto em público. Algo que nunca seria possível se este espaço não tivesse sido aberto”, destaca Geni.
Segundo ela, a grande maioria dos presentes não tinha conhecimento do que significa a sigla LGBTI.
“Jaqueline (Leite) deu uma explicação clara do significado de cada letra da sigla, o que nos esclareceu a todos, tornando-se assim uma instância libertadora, não só para os companheiros e companheiras LGBTI que participaram do seminário, mas também para todos nós”, disse.
A experiente dirigente também destacou que o que ficou claro é que, como organizações sindicais, representam todos os trabalhadores e as trabalhadoras, sem distinção de raça, credo ou orientação sexual.
“Este seminário, que contou com o apoio da UITA que tanto reconhecemos, nos deu a oportunidade de entender de uma forma muito simples que o respeito é a base de qualquer vínculo entre as pessoas. Não há espaço dentro do movimento sindical para preconceito e discriminação de qualquer tipo”, ressaltou.
No final do encontro, foi realizada uma performance teatral onde foi exposto o sofrimento e a violência vividos por pessoas negras e/ou LGBTI ao longo de suas vidas.
“Essa performance foi muito reveladora e emotiva. Isso nos deixou refletindo sobre as deficiências que ainda temos como dirigentes e como pessoas quando pensamos nessas questões”, disse.
Do seminário surgiram propostas, como a criação de Comitês LGBTI dentro dos sindicatos e de levar pautas específicas do coletivo LGBTI para as mesas de negociação coletiva, visando a serem incluídas nos acordos coletivos.