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Com Artur Bueno de Camargo
Nenhum progresso na negociação coletiva com a Lactalis

Sindicatos elaboram novo plano de luta

O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Alimentação (CNTA), Artur Bueno de Camargo, informou para A Rel sobre a estagnação das negociações coletivas com o Grupo Lactalis Brasil e as dificuldades que enfrentam devido à postura hostil da empresa.
Artur Bueno de Camargo | Foto: Gerardo Iglesias

Há três meses, os sindicatos da alimentação que representam os trabalhadores da Lactalis no Brasil não conseguem avançar na negociação coletiva com a multinacional francesa.

As organizações exigem um reajuste salarial que leva em consideração a inflação total do período, e a Lactalis insiste em ofertar apenas 80% do índice inflacionário.
Por outro lado, a empresa recusa-se a negociar com os representantes sindicais e tenta resolver o problema na justiça do trabalho.

“A questão da negociação salarial deve ser resolvida pela empresa e não pela justiça do trabalho, porque faz parte da negociação coletiva”, enfatiza Artur.

O dirigente informou que, além de manter uma postura rígida quanto ao reajuste salarial, a Lactalis também vem promovendo uma campanha de difamação contra as organizações sindicais que representam os trabalhadores.

“Achamos lamentável que a segunda maior empresa de laticínios do mundo esteja usando uma estratégia tão baixa quanto a que a Lactalis Brasil vem promovendo”, disse ele.

Artur ressalta que, apesar das tentativas da empresa, os sindicatos continuam firmes em não assinar acordos que ofereçam reajuste inferior a 100% da inflação.

Na próxima segunda-feira, 23, a CNTA, a CONTAC CUT e a Rel UITA se reunirão com representantes de base para definir novas estratégias de combate à total e completa intransigência da multinacional francesa.

“Não descartamos a implementação de medidas mais drásticas”, disse Artur.

A Lactalis do Brasil é a maior empresa de lácteos do país e comercializa marcas internacionalmente reconhecidas como a Parmalat, a Galbani e a Président.

Em 2021, a empresa anunciou a intenção de transformar o Brasil em um importante exportador de laticínios. No momento, a empresa exporta produtos elaborados no país para mercados como a Argentina, o Uruguai, o Paraguai e o Chile, pretendendo se expandir para a Colômbia, a Venezuela e a República Dominicana.