Reunidos em assembleia com o sindicato, os trabalhadores rejeitaram, por conta da flexibilização intensa de benefícios. Consideraram, no entanto, positivo o início de um diálogo com a empresa.
Nestlé e sindicato devem ter nova reunião nesta sexta (12), quando a entidade representativa dos trabalhadores debaterá uma contraproposta. A ideia é estabelecer um acordo com condições de trabalho e de salário melhores que as vivenciadas pelos empregados terceirizados.
“A ponte de negociação é uma atitude que deve ser valorizada. Em janeiro já ocorreram demissões, quando a empresa se recusou a qualquer tipo de conversa, e teve de encarar o sindicato na Justiça”, apontou o presidente do Stial, Artur Bueno Júnior.
Na ocasião, a entidade obteve a extensão de benefícios aos empregados, apesar de não conseguir evitar a terceirização e as demissões.
“Infelizmente, a Reforma Trabalhista, entre tantas outras atrocidades, concedeu a liberdade de terceirização irrestrita, e o processo só não é mais cruel devido à intervenção e resistência do sindicato. Vamos tentar uma solução para os trabalhadores e seus familiares, preservando ao máximo seus empregos e benefícios”, apontou o sindicalista.
Participaram do encontro desta quarta, representantes do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de São Paulo, já que a Nestlé de São Bernardo-SP também realiza processo de terceirização e demissões.
Ainda estavam presentes representantes da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação do Estado de São Paulo (Fetiasp), da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação e Afins (CNTA), e da Federação Latino Americana dos Trabalhadores da Nestlé (Felatran).
Trabalhadores da unidade da Nestlé de Cordeirópolis-SP foram comunicados, no dia 2 de julho, de que a partir de 1º de agosto, parte das atividades operacionais desenvolvidas na unidade seria terceirizada, e os empregados demitidos. Nesta etapa, seriam cerca de 80 trabalhadores, e para o sindicato está clara a intenção da Nestlé – terceirizar toda a mão de obra no centro de distribuição em Cordeirópolis.
Na semana passada, os trabalhadores decretaram estado de greve, que permanece vigente.